sábado, 19 de abril de 2014

LUCIANO DO VALLE, UMA DAS VOZES DO FUTEBOL QUE SE CALA.

Há profissionais do futebol que, goste-se ou não deles, são ícones, personagens, se tornam mitos, fazem parte da história, da cultura do esporte. No jornalismo esportivo existem muitos. José Silvério, Oliveira Andrade, Luis Noriega, Fernando Solera, Milton Neves, Juca Kfouri, José Trajano, Jorge Kajuru, Flavio Prado, Wanderley Nogueira, Silvio Luiz, Renato Mauricio Prado, Osmar Santos, Alberto Helena Junior, Orlando Duarte, Pedro Luis, Fiori Gigliotti, Léo Baptista, Armando Nogueira, Mauro Beting, João Saldanha, Galvão Bueno... e Luciano do Valle.
Cresci ouvindo as narrações de futebol nas vozes inigualáveis de dois locutores: José Silvério no rádio e Luciano do Valle na televisão. Cada um em seu meio, ao seu estilo.
Quando fiquei sabendo da morte de Luciano (durante um vôo para Uberlândia-MG, onde faria a transmissão da 1ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2014), foi irremediável a emoção e a lembrança da voz da Copa do Mundo de 1982, na Espanha. O primeiro time que me encantou no futebol e que também encantou o planeta, na voz do maior narrador esportivo da televisão brasileira. Luciano do Valle fazia parte do encanto da seleção na Copa de 82. Aquele time que jogava por música. A música da voz de Luciano. Afinal, aqueles belos gols não seriam tão belos sem a emoção de sua narração. O futebol daquele mágico time de amarelo desfilava e embalava em campo ao som inconfundível da voz sempre marcante de Luciano do Valle, então o locutor nº 1 da TV Globo. Luciano tinha de forma natural uma coisa que, atualmente, os locutores se esforçam para conseguir: um estilo próprio de narração. Na televisão era praticamente único. O melhor. Era respeitado por todos os profissionais de rádio e TV, de todas as casas. Quando morre um cara como Luciano do Valle, morre junto com ele um pedaço do futebol. Quantas jogadas, quantos dribles, quantas defesas, quantos gols não foram eternizados por suas narrações? Um de meus ídolos desse apaixonante mundo da bola há pelo menos 30 anos.
Um de seus maiores sonhos era narrar uma Copa do Mundo de futebol em seu país. Infelizmente um mal súbito lhe tirou a vida aos 66 anos e a 53 dias do Mundial a ser realizado no Brasil. Os gols de Neymar e companhia não terão a mesma vibração sem o timbre de sua voz. Que Deus o receba em paz.

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