terça-feira, 20 de maio de 2014

O PRIMEIRO GOL DO ITAQUERÃO. E DO FIGUEIRENSE.


Dia 18 de maio de 2014 é uma data histórica para os corintianos. Depois de mais de 60 anos de apoio ao mercado de maquetes, o time do Corinthians pôde finalmente trocar de roupa em seu próprio vestiário.
Provavelmente, o maior investimento feito pelo poder público ao programa "Minha Casa, Minha Vida". Um estádio para o corintiano poder chamar de "seu", mas que poderia ser meu também, já que há um pouco do dinheiro de cada contribuinte em cada centímetro de concreto.
O público foi o mesmo dos jogos no velho Pacaembu: pouco mais de 36 mil torcedores. Mas a renda superior a R$ 3 milhões foi recorde na história do clube. Culpa dos novos tempos, onde o corintiano chega a desembolsar R$ 400 por um ingresso enquanto o são-paulino gasta R$ 10. Sem contar que o Corinthians teve uma despesa de R$ 650 mil para realizar a partida em seu campo, mais de dez vezes o custo que se tinha no Pacaembu. Culpa do Padrão FIFA.
De qualquer maneira, era um dia de festa. O adversário da partida de estréia do novo estádio não poderia ser melhor: o abatido Figueirense, pior time do Campeonato Brasileiro, com quatro derrotas nas quatro primeiras rodadas, nenhum gol feito e 8 gols tomados. Uma presa fácil. Mas o futebol nos revelou novamente seu lado imponderável. O time que não havia feito sequer um gol no torneio, dessa vez fez dois, um deles anulado pelo árbitro. Para seus simpatizantes, o gol certo na hora certa (e como se multiplicaram os simpatizantes do time catarinense nesse jogo). E diante de todos os holofotes da mídia nacional e internacional, afinal de contas, foi o primeiro evento-teste da nova arena que terá o jogo de abertura da Copa do Mundo.
Incrédulos, os corintianos vaiaram a atuação de seu time, agora devidamente alojado em seus aposentos.
O que era festa se tornou pesadelo, pelo menos dentro de campo. E a forte chuva que caiu durante o jogo "lavou a alma" dos jogadores do Figueirense. O time que fatalmente seria engolido no Itaquerão venceu por 1 x 0. Nem o mais pessimista dos corintianos esperava por tamanha frustração.
Jogadores e o técnico Mano Menezes culparam a "ansiedade" pela derrota inesperada dentro de casa. Mas ansiedade? Pressão por uma partida festiva diante de um adversário fraco e desmotivado?
O Corinthians também mostra a sua cara neste campeonato. A mesma cara de antes. Da "empatite". Do futebol feio, o mesmo que também dá resultados, é verdade. Mas que será sempre feio. O jogo da retranca. Do desejo de não perder que tira a ousadia de atacar. Se fosse possível, o time do Tite que agora é do Mano entraria em campo com um a menos na linha para ter dois goleiros.
O jogador que veste a camisa de um time de massa como o Corinthians não pode culpar a "ansiedade" por uma derrota para o Figueirense, diante de sua torcida.
O resultado mostra que o Campeonato Brasileiro está nivelado por baixo e que todos os times estão no mesmo patamar, técnico e tático, com o caminho aberto para todo tipo de surpresa.
A casa corintiana é moderna e bonita. Mas os anfitriões precisam usar melhor a área de lazer. Sem confundir favoritismo com obrigação de vencer. Enfim, sem a tal da "ansiedade".

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