sábado, 31 de maio de 2014

UM LEMBRETE A RONALDO


Terça-feira, 15 de abril de 2014. A pouco menos de dois meses da Copa do Mundo e por volta das 7h00 da manhã, o “Impostômetro” da Associação Comercial de São Paulo anunciava um índice nada animador: O valor pago pelos brasileiros em impostos federais, estaduais e municipais nos primeiros quatro meses do ano já somavam R$ 500 bilhões. E o quê isso significa?
Que assim como no ano passado (e no ano retrasado), o cidadão que acorda cedo para trabalhar pagou mais e altos impostos.  E o Brasil cresceu menos.
Por essas e tantas outras razões, acredito que não seria necessário uma Copa do Mundo para o tal “legado” do dia seguinte ao fim do torneio. É obrigação do poder público construir e reformar estradas, aeroportos, escolas e hospitais. De investir em saúde, educação e segurança. Não é preciso a realização de um mega-evento esportivo para se ter a esperança de dias melhores em ítens básicos de infra-estrutura. Seja qual for o partido que esteja no poder. Aliás, isso deveria ser o que menos importa.
Portanto, sr. Ronaldo Nazário de Lima, é no mínimo oportunista sua “indignação” com o governo a menos de 15 dias da “melhor Copa das Copas”, como sempre profetizou a presidente da República.
Ronaldo sempre esteve do lado de lá, desde o começo. Desde quando o sr. Luiz Inácio Lula da Silva e sua turma entenderam que fazer a Copa do Mundo seria bom para o país, deixando o ônus das urnas para sua herdeira política e o ônus social para o povo. Ronaldo defendeu a decisão, apoiou a CBF, a FIFA e o governo federal. E ainda avalizou qualquer decisão do governo ao soltar a inesquecível pérola de que “não se faz uma Copa do Mundo construindo hospitais”.
Então por que não se faz hospitais da mesma forma que se faz estádios "padrão FIFA"? Estádios caríssimos que serão verdadeiros "elefantes brancos" no futuro? Se é tão simples assim, por que não se faz também escolas e hospitais em caráter de emergência, sem licitação? A população não vai achar ruim, nem vai protestar.
Entendo que, se não tivéssemos a Copa, também não teríamos mais escolas e hospitais tal como agora. Mas então por quê gastamos tanto dinheiro com a Copa? Parece que a população entendeu as “prioridades” de seus governantes.
E por que, Ronaldo, declarar seu apoio a esse ou aquele candidato?
Será que depois de tudo, alguém em sã consciência ainda votaria num candidato em outubro só porque o “Fenômeno” votará nele?
Não adianta “pular do barco” às vésperas do início do Mundial, “envergonhado” ou não.
Você faz parte dos erros e acertos dessa Copa e cabe ao povo colocar na balança. E o povo parece estar pesando muito bem.
A Copa do Mundo deveria ser uma festa do futebol no país do futebol. Mas jamais deveria ser a “chance” de o país mudar apenas por causa disso. Já pagamos impostos demais para isso.
Você, Ronaldo, faz parte da Copa do Mundo do Brasil de 2014. Infelizmente, não como o “Fenômeno” que foi com a bola nos pés.
Aos governantes e a você, Ronaldo Fenômeno, um lembrete das ruas: O futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes. Até mesmo no país do futebol.

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