sábado, 17 de outubro de 2015

A PAIXÃO E AS ELIMINATÓRIAS SUL-AMERICANAS

*por Priscila Ruiz

Olá amores, tudo bem com vocês?

Nessa "era limbo" pós 7 x 1, tivemos a vexatória desclassificação na última edição da Copa América, a qual apenas confirmou que o nosso futebol vive, sim, uma crise institucional sem precedentes, vide as últimas do meu amado Tricolor, as quais já foram exaustivamente discorridas em todos os canais de comunicação desta era.


Em meio às incertezas e aos escândalos foi dada a largada para a Copa do Mundo de 2018. A torcida brasileira, que em grande parte, há tempos torce o nariz para a Seleção, sinto que já esteja desapaixonada de vez. A questão é: será mesmo que a paixão acaba?
Na estreia diante do Chile, o time, se é que podemos chamar assim, não conseguiu traduzir em gols o domínio em campo e se deixou envolver pelo ótimo entrosamento da bela equipe chilena fazendo valer a marca que, por vezes, ganha dos fracos e perde dos fortes, muito embora os parâmetros de qualidade dos times hoje em dia tenham mudado muito.
Ao menos, contra a Venezuela, o Brasil seguiu o riscado e mesmo com uma atuação longe da exuberância, avançou os primeiros três quilômetros na longa estrada rumo à Rússia. O time da Venezuela permitiu, devido ao seu posicionamento em campo, que alguns dos nossos jogadores se sobressaíssem individualmente, já que no coletivo parece que a equipe vai demorar para engrenar, graças à teimosia de Dunga.A verdade é que o gol no primeiro minuto tirou a pressão da Seleção. Sim, o adversário era muito fraco e mostrou falhas defensivas recorrentes dando muita liberdade aos meias brasileiros. No final das contas, penso que os três gols ainda ficaram baratos.
Por falar nos meias do Brasil, Willian e Douglas Costa se apresentaram bem, este último não tão bem quanto vem rendendo no time de Pep Guardiola, mas ainda assim, imprimiu velocidade às jogadas, principalmente pelas pontas. Já não posso falar o mesmo de Oscar, afinal o que acontece com esse moço? Não entendo o motivo de continuar sendo um dos intocáveis de Dunga, mesmo diante do excesso de erros que comete.
Ricardo Oliveira deu o ar da graça. Filipe Luís tem aproveitado bem a sua oportunidade na lateral esquerda e em meu ponto de vista, no fundamento passe, é mais qualificado que Marcelo. Quanto à defesa, o mal que nos assola quanto ao posicionamento diante do excesso de chuveirinhos perdura.
Seja como for, é claro que se tiram pontos positivos da vitória. Embora raras, notei algumas jogadas coletivas bem trabalhadas, mas ainda precisamos encurtar a distância do posicionamento entre os jogadores e insistir mais nas jogadas pelo meio. Enfim, é uma equipe em construção e eu me mantenho firme ao propósito que paixão não se acaba, se transforma. O que acham?

Falemos um pouco agora do time adorável do Uruguai que temia que os desfalques de Suárez e Cavani fossem um obstáculo nesse início das disputas. Porém, o time de Óscar Tabarez superou as ausências dos craques em desafios de respeito. O primeiro deles na deliciosa #sqn altitude de La Paz, quando venceu bem a Bolívia.
Já contra a envolvente Colômbia, o resultado conquistado no Centenário mereceu a nossa atenção, especialmente quanto à atuação do atacante Diego Rolán e do baita zagueiro Godín que foi o símbolo da atuação uruguaia. Performance esta que passa por dar mínimos espaços para o adversário, força física no meio campo e uma marcação potente. Combinação explosiva.
Diego Rolán que há um tempo vem mostrando o seu potencial pelo Bordeaux, logo que ganhou as primeiras chances na seleção não correspondeu. Entretanto, a atuação primorosa contra a Colômbia pode dar sinal que a briga pela titularidade será boa. É claro que o garoto não tem o impacto de Luisito e talvez não chegue ao nível de Cavani, mas quem sabe não pinta por aí mais um tridente daqueles de tirar o fôlego? Adoro!


No ano passado, em minhas andanças a trabalho pela América Latina, estive, dentre outras, na cidade de Lima e claro, não poderia deixar de conhecer o imponente Estádio Nacional. Amigos, a torcida peruana é raivosa e impressionante, assim como também é de arrepiar a rivalidade entre Peru e Chile, muito mais pela história do que pelo futebol. Ocorre que isso se viu neste encontro pelas Eliminatórias e se traduziu em nada menos que um jogaço com sete gols!
Resumo da ópera: o time do Chile é aquele nosso velho conhecido. Mas, ninguém se saiu melhor desta vez do que Alexis Sánchez, o artilheiro do (argh!) Arsenal.
O time peruano do técnico Ricardo Gareca, outro conhecido nosso, soube equilibrar o confronto se aproveitando das avenidas que a defesa chilena deixou beneficiando assim Farfán e Guerrero. Contudo, a noite era de La Roja e de Alexis Sánchez que já soma nove gols nas últimas cinco partidas. Sem dúvida, ele pode não superar o carisma de Ivan Zamorano e Marcelo Salas, mas certamente, neste momento, a sua grandeza é inquestionável.

Enfim, são apenas os momentos iniciais do primeiro ato rumo ao grande espetáculo que é uma Copa do Mundo. Porém, que não se enganem com o senhor tempo, afinal, a Rússia é logo ali e eu quero é mais.

Um beijo e até a próxima!


* Priscila Ruiz é advogada, especializada em Segurança e Direitos Humanos. E para ela "la vida es aquello que sucede cuando no hay fútbol". Ou seja, sim, ela é loucamente apaixonada pelo esporte bretão. Contribui com o AL MANAK FC através de sua opinião inteligente e analítica.

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