quinta-feira, 22 de outubro de 2015

APAGÃO, TEMPORAL E ALGO A MAIS


Um clássico com quatro gols está a altura de um São Paulo x Santos, que normalmente fazem grandes jogos. E dessa vez não foi diferente.
O primeiro duelo do San-São pelas semifinais da Copa do Brasil teve todos os ingredientes de um clássico que se preze. Provocações, lances polêmicos, reclamações com a arbitragem. Um jogo truncado, cheio de faltas e de lampejos de jogo aberto. Com direito à apagão de 23 minutos e gramado encharcado por um dilúvio.
Pela fase dos dois times, o Santos era o favorito. O São Paulo, em crise e mergulhado na lama de seus bastidores, era o franco-atirador jogando dentro de sua própria casa.
E o Santos venceu quando e como quis. Teve o controle do jogo. Esperou em seu campo as oportunidades para atacar. Teve quatro chances reais. Fez três gols com finalizações certeiras. Tocava rápido a bola, sempre em velocidade. Fez o simples debaixo de muita chuva e soube ser eficiente. O time de Dorival Júnior foi cirúrgico. Ainda teve um pênalti em Lucas Lima não assinalado pelo árbitro e uma bola na trave, que na sequência bateu nas costas do goleiro Rogério Ceni e caprichosamente deslizou na frente da linha do gol.
O São Paulo até criou mais. Teve sete oportunidades claras, das quais quatro chances dentro da pequena área. Fez apenas um gol. Aliás, um belo gol de Alexandre Pato, um toque sutil de primeira após matar no peito um cruzamento da esquerda que passou fácil pelo lateral santista Daniel Guedes. Também fez outro gol com Luis Fabiano, porém o atacante são-paulino estava impedido (só pra variar). Tentando se aproveitar das condições do campo, o time de Doriva abusou das jogadas aéreas e dos lançamentos em forma de chutões. Não funcionou. Pelo Santos, Gabriel foi calmo como um Ricardo Oliveira quando abriu o placar aos 14 minutos do 1º tempo. Ricardo Oliveira foi atrevido como Gabriel quando da entrada da área dominou, virou e bateu no canto, sem olhar, ao anotar o 2º gol no primeiro minuto do 2º tempo. E Marquinhos Gabriel foi eficiente no cabeceio ao desviar a bola para o canto direito de Rogério Ceni após cruzamento preciso de Lucas Lima. 3 x 1. Antes dos 5 minutos do 2º tempo, a partida já estava decidida para o Santos e o time da casa não mostrava equilíbrio e qualidade suficientes para uma possível reação.
Sobrou talento e eficácia para o quarteto Marquinhos Gabriel, Lucas Lima, Ricardo Oliveira e Gabriel. E faltou consonância entre Ganso, Michel Bastos, Pato e Luis Fabiano. Principalmente, faltou tranquilidade para o time do São Paulo. Dentro e fora de campo.
O Santos joga com harmonia, sorrindo, confiante. Arriscou mais e errou menos.
O São Paulo joga desconfiado, abatido, sem coragem. Está vivo, mas está morto.
É preciso ter coragem para ser ousado e jogar bonito. É preciso algo a mais.

Nenhum comentário: