sábado, 27 de novembro de 2010

A DÉCADA PERDIDA DO PALMEIRAS

A imagem do garoto às lágrimas no fim do jogo Palmeiras 1 x 2 Goiás, pela semifinal da Copa Sulamericana, no estádio do Pacaembu lotado, retrata com clareza o sentimento do torcedor de um clube que um dia já foi grande: Inconformismo. A grande verdade é que o Palmeiras não sabe andar com suas próprias pernas, pois depois que a empresa italiana Parmalat deixou de patrocinar e administrar o clube, nos anos 90, o Palmeiras não conseguiu mais se firmar como time grande que era. E antes da chegada da Parmalat também, pois havia ficado 16 anos sem títulos antes do Paulistão de 1993. Nesta década (de 2000 para cá), o Palmeiras simplesmente não ganhou nenhum título considerado expressivo, apenas o Paulista de 2008. Pior: conheceu a 2ª divisão do Campeonato Brasileiro em 2003, sendo campeão de um torneio que nenhum outro clube grande gostaria de ser. Deve ter algo de muito errado dentro do Palmeiras. No Brasileirão de 2009, o time esteve no G4 em 32 das 38 rodadas, contratou o experiente e renomado Muricy Ramalho e, no fim, sequer conseguiu vaga para a Copa Libertadores. No Paulistão 2010, dispensou Muricy e contratou nada menos do que Antonio Carlos, ex-jogador e que estava treinando o São Caetano, e sua maior proeza foi golear o próprio Palmeiras dentro do Palestra Itália por 4 x 1. Obviamente que não deu certo. Veio o vexame na Copa do Brasil, quando o time foi desclassificado do torneio nacional pelo fraco Atlético-GO, ainda nas oitavas-de-final. Somado ao fracasso também no Paulistão, onde sequer chegou a disputar a etapa semifinal, o Palmeiras resolveu apostar alto: contratou Kleber Gladiador e Valdivia, "ídolos" dos torcedores e, principalmente, repatriou o técnico Luiz Felipe Scolari, que estava (pasmem!) no Uzbequistão, que poucas pessoas sabem onde fica no planeta. Uma das primeiras medidas que o "xerifão" adotou foi proibir o contato dos jogadores com a imprensa. Depois, cansou de ser arrogante com os jornalistas, que fizeram até protesto contra suas palavras e atitudes usando nariz de palhaço em uma das partidas do Brasileirão durante entrevista com ele. Felipão viu o time descarrilar no Brasileirão, com atuações pouco convincentes e sem nenhum poder de reação. Restou a Copa Sulamericana, que nada mais é do que um prêmio aos piores do Campeonato Brasileiro do ano anterior, pois os clubes que a disputam são os que ficam entre 5º e 13º lugares da tabela. Na edição de 2010, o torneio tinha um aperitivo: vaga na respescagem da Copa Libertadores de 2011. Era a grande chance do Palmeiras e de Felipão. Voltar com um título e uma vaga na próxima Libertadores. O Palmeiras chegou às semifinais, depois de eliminar Vitória e Atlético-MG (que estão na zona de rebaixamento do Brasileirão) e um tal de Deportivo Sucre-BOL. Mas perdeu a vaga na final para o limitado e já rebaixado Goiás por 2 x 1, de virada no Pacaembu lotado, que fez o garoto citado no começo chorar na arquibancada. O Palmeiras amargou mais um fracasso numa década perdida, que faz o clube ficar cada vez menos grande, sem títulos e sem expressão. Nem Kleber Gladiador, nem Valdivia, nem Marcos...quem mais deu um pouco de alegria aos palmeirenses na atualidade foi o veterano Marcos Assunção, exímio cobrador de faltas que fez gols importantes. De faltas, claro. E só.
O Palmeiras precisa se repensar. Urgente. Senão, se apequena cada vez mais...

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