domingo, 11 de dezembro de 2011

COMO SE FAZ UM TIME CAMPEÃO

" É o vestibular mais difícil do Brasil."
A frase é de Bebeto Stival e ele é como se fosse um reitor de uma universidade.
Bebeto trabalha como supervisor do departamento de futebol de base do Santos FC. Ou da "Universidade Urbano Caldeira", como queiram (Urbano Caldeira é o nome oficial do estádio da Vila Belmiro). O Santos é o clube brasileiro que mais revela bons jogadores. E isso não é por acaso ou por sorte. O clube mantém um trabalho sério em seu setor de base, dividido em 5 categorias que conta atualmente com 280 garotos: Sub-11 (pré-mirim), Sub-13 (mirim), Sub-15 (infantil), Sub-17 (juvenil) e Sub-20 (juniores). E possui uma estrutura única no Brasil para cuidar dos aspirantes: comissões técnicas específicas para cada categoria, uma assistente social, uma psicóloga e um centro de treinamento exclusivo para a base, o CT Meninos da Vila, além de escolinhas de futebol distribuídas pelo país inteiro. Para chegar a treinar no Santos, o garoto é avaliado de maneira rigorosa nas chamadas "clínicas" que acontecem por todo o Brasil, e que diversas vezes são realizadas com apoio das prefeituras locais. As clínicas chegam a ter inscrições de 500 a 600 garotos em média, onde são selecionados no máximo 20 meninos, que são encaminhados para o CT Meninos da Vila. Em Santos, os garotos ficam treinando por uma semana e, após todos os testes, um ou dois permanecem. Ou nenhum. Por isso Bebeto diz que "é o vestibular mais difícil do Brasil". No CT Meninos da Vila, os selecionados têm treinamentos específicos para cada faixa etária. Como, por exemplo, dividir os times em 3 ou 4 jogadores em campo reduzido para aprimorar a troca de passes. Os técnicos da base santista explicam que tudo é feito para que os meninos tenham o máximo de contato possível com a bola e com os fundamentos do futebol, e o básico recomendável de atividades físicas para cada idade. Três critérios são definidos como padrão para as categorias de base: aspecto técnico, visão de jogo e dinâmica dentro de campo. A maioria dos pais e das próprias crianças já assimilaram que no Santos é mais viável para tentar ingressar na carreira de jogador, pois terão mais chances de serem aproveitados e, principalmente, de se tornar craques. Eles vêem os exemplos recentes de Diego, Robinho, Elano, Renato, Rafael, Wesley, André, Neymar e Ganso. E assim como os craques, sonham um dia brilhar nos gramados. Isso faz com que vários garotos deixem clubes rivais para entrar nas categorias de base do Santos, justamente por acreditarem que no time da Vila Belmiro vão ter mais chances de se tornarem profissionais.
E assim se faz um time vencedor e campeão. Acreditando na formação de novos talentos e investindo na geração de craques. E agora, com a permanência de Neymar, mantendo-os dentro do clube, mesmo com todo o assédio do futebol europeu.
O DNA do Santos é o futebol-arte.


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3 comentários:

Unknown disse...

Lembro que uma vez me disseram que o SANTOS se destaca dos outros times por que "fabrica" seus craques. Passar nesse vestibular deve está ficando cada dia mais fácil então?! Falta efetivos craques que substituam o embora deteste o moleque, craque Neymar, prova disso o tempo que o garoto ficou fora jogando pela nossa falecida seleção brasileira. Não entendo muito de futebol, ainda mais paulista, mas conheci o SANTOS bem melhor, vi craques como Robinho, Diego saírem e ainda assim o time continuava bom.Seria os universitários que estão ingressando ou os professores que comando essa "universidade" futebolística que já não sabem preparar seus craques? Abs :*

Alessandro disse...

O SANTOS continua sendo exportador de mão-de-obra qualificada no futebol. Estão aí jogadores cobiçados por tantos clubes: Elano, Ganso, Robinho... Estão nascendo outros, como Victor Andrade e Gabriel (que ainda não subiu para o time principal), mas a fase do time atrapalha o desenvolvimento dentro de campo. O trabalho de base que é feito na Vila Belmiro é exemplar e sempre vai render frutos. Quando menos se esperar, surge outro Neymar por aí. Porque seus craques o SANTOS faz em casa.

Unknown disse...

Com quem Muricy pode contar com a ausência de Neymar? O time sentiu cheiro de 2° divisão, não marcava gols, estava sem estimulo, e seus craques feitos em casa, não foram o bastante. Não discordo de você, pelo contrário, acho muito bacana o trabalho feito na vila com esses moleques, porém o time não pode depender só de UM craque.