sábado, 20 de abril de 2013

ATLÉTICO-MG VACILOU. "MODA PASSAGEIRA" OU "MALDIÇÃO" DA MELHOR CAMPANHA?


Desde que a Conmebol estabeleceu a partir da Copa Libertadores da América de 2005 o atual regulamento de cruzamentos de mata-matas de acordo com a classificação geral da etapa de grupos, todos os times que encerraram a 1ª fase com a melhor campanha jamais ergueram o troféu. Quem quase fugiu à essa "maldição" foi o Fluminense no torneio de 2008, quando foi o melhor da 1ª etapa e conseguiu chegar à final. Porém, foi derrotado pela LDU, do Equador, em pleno Maracanã, e não conquistou o tão sonhado título sulamericano. E o Corinthians em 2010? Também foi o melhor na 1ª fase e pegou o pior 2º colocado nas oitavas-de-final: o Flamengo. Depois de jogar debaixo de um verdadeiro dilúvio no Maracanã, foi desclassificado em pleno Pacaembu, mesmo tendo vencido o adversário por 2 x 1, mas castigado pelo critério de gols feitos fora de casa, já que o time carioca havia ganho a primeira partida por 1 x 0. Contudo, de todos os times, o caso mais exemplar é o do Cruzeiro em 2011. O time então dirigido pelo técnico Cuca teve 6 vitórias, um empate e apenas uma única derrota. Marcou 22 gols e levou apenas 4, com média de quase 3 gols por partida. Aproveitamento de 79% dos pontos disputados. O time mineiro foi apelidado na época de "Barcelona da América". Porém, dos 4 gols que o time levou, 2 gols foram marcados por Amaya e Dario Moreno, que deram a vitória por 2 x 0 ao Once Caldas-COL no jogo de volta das oitavas-de-final, em Minas Gerais. O Cruzeiro poderia até perder por um gol de diferença, pois havia vencido o primeiro confronto em Manizales por 2 x 1. O nervosismo do time era tão visível que até o técnico Cuca deu uma cotovelada no atacante colombiano Rentería, já no fim da partida, ao tentar repor a bola mais rapidamente depois de sair pela lateral. E o Cruzeiro perdeu por 2 x 0 e, de favorito, foi eliminado precocemente.
Na atual Copa Libertadores, será a bola da vez o Atlético-MG, que voltou a participar do torneio depois de 13 anos? E que, coincidentemente, também é treinado pelo mesmo Cuca? E que também está praticando um futebol bonito e vistoso, de encher os olhos, como fazia o Cruzeiro há 2 anos?
Com 5 vitórias em 5 partidas, já garantido como o melhor time de toda a 1ª etapa, o Atlético-MG tinha como adversário na última rodada o São Paulo. O time paulista tinha que vencê-lo e torcer por uma derrota do The Strongest-BOL, para mesmo assim conseguir a vaga como o pior 2º colocado geral do torneio. Ou seja, como todo bom mineiro, o time de Cuca estava com a faca e o queijo nas mãos para eliminar um potencial rival logo mais adiante, pois sabia que novamente enfrentaria o São Paulo nas oitavas. E o São Paulo é sempre um adversário perigoso, bem mais acostumado a disputar a Libertadores do que o próprio Atlético-MG, que inclusive não conquista um título expressivo há décadas.
Mas o futebol do Atlético é superior, bem melhor jogado, envolvente, mais bonito e convincente. Futebol intenso, total, que encurrala o adversário. Sendo assim e contra uma equipe ansiosa pela necessidade de um resultado positivo, o São Paulo então seria presa fácil para os mineiros, mesmo jogando no estádio do Morumbi.
Mas daí aconteceu de novo o que geralmente acontece com os times treinados pelo Cuca. Um apagão. O Atlético-MG foi dominado pelo time do inseguro técnico Ney Franco, que certamente perderia o cargo com a eliminação precoce. O São Paulo envolveu o Atlético-MG, foi combativo, corajoso e determinado, venceu por 2 x 0 e ficou com a vaga nas oitavas sobre o melhor time. Que simplesmente não jogou. Ronaldinho Gaúcho, tão importante para seu time, ainda disse após o jogo que "Lá a história é outra", referindo-se ao próximo jogo em Belo Horizonte. Será, Ronaldinho? O São Paulo renasceu e "voltou" para a Libertadores graças à súbita inoperância dos atleticanos, que eram os melhores até então. O São Paulo voltou com força e quem injetou combustível extra foi o próprio Atlético-MG de Cuca que, mais uma vez, pode ver outro de seus "brilhantes" times naufragar pelo caminho. Talvez o Atlético-MG tenha ficado deslumbrado com tamanha badalação e não deu a devida importância a uma partida tão importante. O Atlético-MG deixou de eliminar o São Paulo que agora pode e vai eliminá-lo nas oitavas-de-final.
E fica a ressalva: Times brilhantes precisam de títulos para carimbar sua presença na história. Sem títulos, não passam de "fumaça" e são diluídos pela memória do tempo.

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