segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O ALÍVIO IMEDIATO DE PALMEIRAS E VASCO


A Copa do Mundo do Brasil deixou pelo menos uma mensagem para o brasileiro.
O Mineirazzo (ou como queiram, aquele fatídico jogo das semifinais no estádio do Mineirão diante da Alemanha) serviu para evidenciar a disparidade que existe entre o futebol praticado na Europa e aquilo que ainda chamamos de futebol por aqui. Mais do que isso: serviu para o brasileiro que gosta de futebol cobrar mais de seus dirigentes e jogadores. Ou pelo menos cobrar o mínimo que se espera de clubes como Vasco e Palmeiras, por exemplo.
Quando empatou em 1 x 1 com o modesto Icasa no Maracanã lotado e conseguiu o retorno para a Série A do Campeonato Brasileiro, a esmagadora maioria de vascaínos vaiou e xingou seu time no apito final do árbitro. Jogadores e dirigentes foram hostilizados e o grito de “Time Sem-Vergonha” ecoou nas arquibancadas e arredores do estádio.
A mesma reação da grande maioria de palmeirenses que compareceu ao Allianz Parque no “jogo do centenário”, que (felizmente) culminou com a permanência do clube na Série A do ano que vem. Não por seus méritos, mas pelo demérito de seus oponentes diretos Bahia e Vitória que conseguiram fazer campanhas ainda mais sofríveis e vão disputar a Segunda Divisão no lugar do sofrido Palmeiras.
Todo mundo esperava um Vasco arrasador na Série B. Afinal, se o time carioca não era o melhor, certamente era o maior da competição. Um mínimo de competência mais o peso da camisa o faria subir sem sustos e como campeão.  No fim, o título ficou para o esforçado Joinville e até o "Rei do Rio" Joel Santana chegou a temer pelo acesso do Vasco.
Já o time do técnico Dorival Junior terminou o Brasileirão a dois pontos da zona da degola. E dos times que permaneceram na Primeira Divisão, o Palmeiras é o último colocado, com metade dos pontos do campeão Cruzeiro. Ou seja, o clube foi "moralmente" rebaixado.
Na última rodada, era mais fácil para o palmeirense torcer para Santos e Coritiba vencerem seus jogos do que torcer por uma vitória simples de seu time diante do Atlético-PR. E, de fato, o ameaçado Palmeiras não conseguiu sequer vencer dentro de seu estádio um time reserva e de férias. Aliás, normal para uma equipe que fez um único ponto nos últimos 18 disputados. Empataram em 1 x 1 quando só dependiam de si próprios. Sem contar que o gol palmeirense ainda saiu através de um pênalti duvidoso convertido pelo atacante Henrique depois de "dezenas" de paradinhas antes de bater na bola.
Quando o atacante Thiago Ribeiro marcou o gol da vitória do Santos por 1 x 0 sobre o medíocre time do Vitória, nos acréscimos, um misto de alívio e constrangimento tomou conta do Allianz Parque.
Ao fazer o mesmo que a torcida do Vasco e xingar o “Time Sem Vergonha” vestido de verde a sua frente, a torcida palmeirense se revoltou contra pessoas que não merecem defender a honra de seu clube, dentro e fora de campo. Jogadores e dirigentes que, baseados em "sei-lá-o-quê", apenas diziam o tempo todo que “o time não vai cair”. A torcida se revoltou contra um time que ficou a margem de todos os torneios que disputou no ano em que completou 100 anos. Ao se aliviar e logo em seguida extravasar sua raiva, a torcida se revoltou porque não ganhou um presente de aniversário, mas porque recebeu um milagre de Natal que não veio das pernas de seus próprios jogadores ou da mentalidade de seus cartolas.
E o verdadeiro torcedor não tem nenhum motivo para comemorar a permanência do time na Série A, pois sabe que isso é muito pouco e que o Palmeiras ainda não foi apresentado à sua nova e bela arena. Por enquanto, o Allianz Parque é apenas uma moderna casa de espetáculos. O futebol ainda não chegou a conhecê-lo.
Eurico Miranda retornou à São Januário e Paulo Nobre foi reeleito. São esses os planos de ação necessários? De qualquer modo, se ambos não fizerem nada de diferente, os dois clubes são, novamente, candidatos ao rebaixamento em 2015.
Vasco e Palmeiras sobreviveram em 2014. Mas seus torcedores passaram vergonha, como se já não bastasse o 7 x 1 do Mineirazzo. E torcem para que dezembro não seja apenas um alívio imediato.

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