quinta-feira, 23 de abril de 2015

FELIZ 2015, SÃO PAULO!


Feliz Ano Novo, São Paulo!
Finalmente começou 2015 para o são-paulino. No clássico que valeu o semestre, que fiquem de lado análises táticas e avaliações técnicas. O ingrediente que temperou a permanência do time do Morumbi na Copa Libertadores foi a atitude. Algo que o torcedor ainda não havia enxergado na equipe após três meses de bola rolando na temporada.
Fora de campo, os discursos dos jogadores sempre eloquentes, do tipo "vamos dar a vida pela vitória" ou "vamos jogar pelo Muricy". Dentro de campo, um time frio, quase virtual, que joga por obrigação, que sente alívio quando o árbitro apita o fim do jogo. Foram cinco clássicos no ano: quatro derrotas, um empate, oito gols sofridos e apenas um gol -impedido- assinalado. Um time sem reação, sem vontade de vencer, que jogou os clássicos da mesma maneira que enfrentou Capivariano e Penapolense.
No mês da Páscoa, veio a ressurreição. O Morumbi quase cheio para o "jogo do ano" até aqui. E contra quem? Eles. O time de Itaquera que, segundo seu treinador, "joga o melhor futebol do país". Os caras do tabu. Mas o São Paulo que fora eliminado três dias antes do Campeonato Paulista, que praticamente assistiu ao time do Santos o despachá-lo na Vila Belmiro, dessa vez resolveu ser diferente e jogou com atitude desde o primeiro minuto de partida. Ressurgiu. O São Paulo encurralou o Corinthians, manteve a pegada forte do começo ao fim, controlou o jogo no seu ritmo, foi vibrante. Time e torcida ficaram felizes com a nova postura. O torcedor parou de vaiar e passou a jogar junto com os jogadores que, alegres, até deram risada nas comemorações dos gols de Luis Fabiano e Michel Bastos. O São Paulo mostrou novamente prazer em jogar futebol e capacidade de superar o adversário.
Voltou até mesmo a malícia no lance que culminou com a expulsão -injusta- de Emerson Sheik, o único jogador corintiano que poderia, na noite de ontem, colocar água no chope do são-paulino. Sheik, fanfarrão. Rafael Tolói, teatral. Porque Libertadores também é isso.
O juiz Sandro Meira Ricci resolveu chamar atenção antes do início da partida, quando obrigou Rogério Ceni a trocar de calção. Depois exagerou no cartão vermelho a Sheik por imaginar a agressão do corintiano, já que ele não viu nada do que aconteceu, desde o pisão de Tolói na perna de Emerson caído no gramado. Mendoza e Luis Fabiano também foram expulsos em outro lance polêmico, marca registrada do atacante são-paulino em jogos importantes.
O São Paulo finalmente venceu e convenceu em 2015. Fez 2 x 0 no Corinthians com propriedade, passou às oitavas-de-final do torneio sul-americano num duelo que teve torcida cantando, lances polêmicos, três expulsões, catimba, provocação, pegada. Todos os ingredientes de um autêntico clássico decisivo. A atitude dos jogadores foi maior do que qualquer questão técnica ou tática. Não houve a famosa "bola no Ganso" e vamos esperar dele um lampejo de genialidade. Ou aguardar pela tentativa de Michel Bastos enfiar uma bola na medida para algum atacante. Ou então torcer por Rogério Ceni decidir numa bola parada. Na noite de 22 de abril, o time do treinador interino Milton Cruz teve força coletiva e decidiu "não aguentar mais" perder para o Corinthians. Se o time vai passar ou não pelo Cruzeiro é outra história que será contada mais adiante. O que não poderia acontecer era uma segunda eliminação em uma semana. E pior: da Copa Libertadores, em pleno Morumbi e... para eles.
O São Paulo acordou de um sono profundo em 2015. Mostrou que é possível, que pode mais. E o são-paulino agora espera que não tenha sido apenas um suspiro no meio de uma noite de outono.

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