quinta-feira, 14 de maio de 2015

CHAMPIONS LEAGUE: DUAS PERGUNTAS E UMA AFIRMAÇÃO


Desde o apito final e a vitória estrondosa do Barça na semana passada no Camp Nou, uma pergunta ficou martelando em minha cabeça.
O que fará Pep Guardiola para tirar o coelho da cartola diante de um placar tão adverso?
Em entrevistas, ele afirmou que achava fundamental se defender muito bem, pois tomar um gol em casa colocaria rapidamente ponto final em qualquer possibilidade do sonho bávaro.
Eis que a partida começou e o que se viu foi que se defender ficou mesmo só nas entrevistas. Nos minutos iniciais, um Bayern eletrizante partiu pra cima, dando tanto espaço quanto no jogo na Catalunha e isso, meus amigos, frente a Messi, Suárez e Neymar é suicídio.

Guardiola, em meu ponto de vista, o técnico mais cerebral do futebol moderno, recaiu novamente no erro de atacar como se não houvesse amanhã, só que houve.
Nunca morri de amores por Luis Enrique. Mas, me curvo diante de sua estratégia de variar taticamente, embora haja uma séria ressalva quanto ao posicionamento defensivo do time, especialmente no segundo jogo das semifinais.
Busquets jogando à frente da zaga trouxe Neymar e Messi ao lado de Iniesta e Rakitic, logo o meio campo ficou lotado para atrapalhar o que o Bayern tem de melhor que é trabalhar a bola na criação.
Sendo assim, com esse posicionamento, o Barcelona lançou mão do que faz com excelência, atacar com velocidade para matar o jogo. Touché!
Quanto ao Bayern, caiu com uma dignidade do tamanho do seu time. Se não fosse o placar elástico do jogo de ida, a história poderia ter sido diferente. Mas, sabemos que futebol é resultado e que mesmo campeão da Bundesliga, onde não há concorrência alguma, diga-se de passagem, Pep será cobrado para reconquistar o continente. Alguém duvida que ele consiga?
Já o Barça fica a três vitórias do feito da tríplice coroa. Tem como duvidar desse time?
Se tem uma coisa que adoro no futebol é quando os deuses resolvem pregar a peça da lei do ex. E bendito sejam os deuses foi justamente isso que vimos no Santiago Bernabéu na noite de quarta-feira.
Morata, formado nas bases do Real e descartado devido às últimas contratações de Florentino Pérez, calou 75.000 vozes blancas que carregavam a certeza da classificação para a final de sonhos contra os arquirrivais.
A Juventus não é um time brilhante e como mencionei no post anterior, mesmo no resultado adverso, jogando em casa, o Real podia reverter a desvantagem. Contudo, a Vecchia Signora, reconhecidamente é um time aguerrido e muito aplicado, acima de tudo em suas linhas defensivas.

Segue para Berlim, como franco atirador, sem favoritismo nenhum para enfrentar o melhor time do futebol mundial da atualidade. Lembrando que a Juve foi campeã do Calcio e está na final da Copa da Itália. Definitivamente não tem mais como duvidar de nada.


Um grande beijo e até a próxima!


Priscila Ruiz é advogada, especializada em Segurança e Direitos Humanos. E para ela "la vida es aquello que sucede cuando no hay fútbol". Ou seja, sim, ela é loucamente apaixonada pelo esporte bretão.
Contribui semanalmente com o AL MANAK FC através de sua opinião inteligente e analítica.

Um comentário:

Victor disse...

Com relação ao jogo entre Barcelona e Bayern, tirar a velocidade do jogo era tudo que o time catalão precisava realmente, afinal o tempo era seu aliado. Sinceramente não acompanho os jogos do campeonato espanhol para poder analisar com maior precisão o desempenho de Luis Henrique, mas pelo que vi nos jogos da Champions, me parece que o seu maior mérito é não atrapalhar.
Quanto ao Guardiola pra falar a verdade eu nunca gostei do modo como ele fez o Barça jogar, seu famoso e aclamado estilo tiqui-taca para mim era um modo de jogar inegavelmente vencedor mas, muito chato, a impressão que eu tinha vendo aquele time era de que todos os jogadores exceto o Messi estavam proibidos de tentar jogadas individuais.
Eu gostava muito mais de assistir aos jogos do Bayern quando seu treinador era Jupp Heynckes que desenvolvia um futebol vertical, que agredia o adversário o tempo todo, comparando os estilos com um outro esporte que gosto muito o MMA, o tiqui-taca seria o estilo do brasileiro Lyoto Machida, frio e calculista, já o estilo do técnico alemão seria semelhante ao do Vitor Belfort, agressividade a ponto de não deixar seu adversário respirar.

Para falar da outra semi serei mais breve rs, embora fosse um jogo em pleno Bernabéu, eu acreditava na classificação da Juve pois não é de hoje que os times italianos sabem se defender, e além disso conta com jogadores talentosos como Tévez, Pirlo, Vidal e Pogba, e só para constar, a arbitragem brasileira é constantemente criticada (e com razão), mas o pênalti marcado para o Real não ficou devendo nada para os marcados por aqui.
Quanto a final, o Barcelona é sim favorito e até acho que realmente será o campeão, mas como tudo será decidido em apenas um jogo e sem vantagem para ninguém, tudo pode acontecer.

Parabéns pelo ótimo post !