segunda-feira, 18 de abril de 2016

AHHH, O FUTEBOL...

*por Priscila Ruiz

Olá amores, tudo bem com vocês?

Depois de tanto tempo, o futebol ainda me assombra. Sim, eu carrego em meu perfil um quê investigativo e confesso que ainda não sei decifrar certos enigmas desse esporte que tanto amamos.


Inspirada em Carlos Drummond de Andrade, é que tento entender a épica virada do Liverpool pra cima do Borussia Dortmund na semana passada pelas quartas da Liga Europa.
Os Reds levaram dois gols em menos de dez minutos e deu a impressão que a parada estava resolvida. Mas, o sopro de esperança veio dos pés de Phillipe Coutinho e abriu as portas para a exata definição que li em um dos meus blogs favoritos. Foi uma partida na pegada rock’n’roll com uma intensidade de dois times que traduziram a filosofia de um só técnico, o amado Jürgen Klopp.
O aplauso das duas torcidas para o ex e o atual técnico ficará guardado na memória afetiva do futebol. Assim como a apresentação dos dois times. Para Klopp fica a certeza de que "You’ll never walk alone", seja na Inglaterra, na Alemanha ou onde quer que esteja.


Por falar em memória afetiva, a vitória do Leicester contra o West Ham no domingo em seu estádio vai muito além do um ponto conquistado. Além da pressão do time visitante e da baixa de seu artilheiro expulso, a sensação do campeonato inglês também lutou contra o maior adversário atual dos times de futebol pelo mundo afora, a arbitragem.
Definitivamente, vale a máxima que juiz bom é aquele que sequer é lembrado que está na partida. Pois, Mr. Jonathan Moss fez justamente o contrário e não será esquecido tão cedo pela performance desastrosa no King Power.
A leitura do jogo se dá antes e depois da expulsão de Vardy. Até então, o Leicester, embora pressionado, não foi assim tão ameaçado pelo West Ham, salvo em cabeçada de Kouyaté defendida por Schmeichel e que ainda bateu nas traves. Em seguida, em contra golpe fatal, Vardy deixou a sua marca.
Na etapa complementar, o juizão deu o ar da graça e em lance dentro da área, Vardy caiu e entendendo como simulação para cavar um pênalti que não houve, Mr. Moss expulsou o artilheiro.
Não contente, marcou penalidade absurda contra os Foxes que se fossem sempre marcadas, quando houvesse agarra-agarra dentro da área, os placares dos jogos de futebol se assemelhariam aos do handebol.
E aí, em questão de minutos, o West Ham virou a partida. Quem pensa que o Leicester se conformou, ainda não viu uma partida desse time nesse campeonato. Em lance capital nos minutos finais, outros dois pênaltis. Um que foi e o juiz não deu e o outro que ele arrumou, certamente para tentar consertar a lambança. Sendo assim, o Leicester mantem firme a ponta com um desempenho de sangue e coração, muito bem definido por seu técnico, o italiano Claudio Ranieri.

E o meu Barcelona? Inexplicável? Em crise? Decadente? Pois é, de algumas semanas para cá tudo começou a dar errado...
Tão inexplicável assim não é, porque quem vive e respira esse time sabe que nem mesmo nas vitórias brilhantes com lances geniais, o time foi 100%. Além do mais, isso é futebol, é do jogo, ainda que o Barça figure entre os melhores times do mundo, não é infalível. Não existe time perfeito, pelo bem do futebol.
Quanto ao seu ponto fraco que é a defesa, Piqué teve um início de temporada medonho. Mascherano joga por todos e alguns mais. As bolas nas costas dos laterais viraram lugar comum, pois são setores do campo que são verdadeiras avenidas para o adversário bailar.
Além disso, é notório que Lucho montou um plantel duvidoso já colocado à prova. Mathieu, Vermaelen, Munir, Turan são bons nomes teoricamente, mas não têm respondido à altura. E depois do intervalo da Data FIFA, o trio MSN apagou, tendo apenas lampejos, insuficientes para levar o time à frente. Outros dois jogadores fundamentais que apagaram também foram Rakitic e Busquests.
Quanto à partida contra o Valencia, não jogamos mal, pelo contrário, tivemos tanto volume na criação que reforçamos o bom nome do goleiro Diego Alves. A verdade é que paramos nele e perdemos por erros crassos da nossa defesa.
Luis Enrique vive um momento adverso como também já viveu na temporada 14/15. Resta saber se terá repertório e tempo para fazer Messi e sua turma recuperar o caminho das vitórias. Em minha opinião, acredito que compromisso e alma sobrarão. Se vai conquistar os dois títulos, pelos quais, ainda briga, essa já é uma outra história.

E para finalizar o texto de hoje, gostaria de contar mais uma boa história. Para quem ainda não conhece, lá vai:
Em fevereiro, depois do jogo pela fase prévia da Libertadores, o ônibus que transportava o time argentino do Huracán tombou, quando se dirigia ao aeroporto de uma cidade venezuelana. O meia Patrício Toranzo teve que amputar parcialmente quatro dedos do pé esquerdo devido ao acidente.
Um pequeno torcedor do time escreveu a seguinte cartinha ao jogador:

“Hola Pato, soy Kevin Molina, tengo 5 años y te quería contar que hoy estoy contento porque ya sé que estás bien. Te quiero ver otra vez jugando así haces muchos goles con todos tus amigos. Y si necesitás dedos para tu pie yo te doy los míos porque no quiero jugar a la pelota, yo quiero boxear y vos los necesitás.”


Em resumo, Kevin oferece os seus dedinhos do pé para que Pato jogue novamente. Kevin explica que não quer jogar futebol, mas sim lutar boxe. Sendo assim, quem necessita dos dedos do pé é o jogador e não ele, visto que só usará as mãos no esporte escolhido.
Não se pode definir precisamente quando surge a nossa paixão pelo futebol. Embora saibamos que a paixão é fulminante e por si só prematura.
O fato é que o sentimento surge e se estabelece desde cedo, a partir do momento em que oferecemos de nós mesmos para que os outros façam os gols que vamos comemorar.
Como costumo dizer: Aaaaah, o futebol... Uma frase assim mesmo, com reticências... pois essas não se completam com palavras, mas sim com sentimentos.

Um beijão e até a próxima!



Priscila Ruiz é executiva, taurina sem meio termo e apaixonada por futebol. Possui o gosto doce do romantismo e o ácido de mulher ousada, sem jamais descer do salto. Uma indefinível lady catalã que respira e sente o esporte bretão. Para ela, "la vida es aquello que sucede cuando no hay fútbol".

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