sexta-feira, 15 de abril de 2016

NO PIQUE DE WANDERLEY NOGUEIRA, UM CRAQUE DO JORNALISMO ESPORTIVO

*por Adriano Oliveira

Jornalista, apresentador e repórter esportivo da Rádio Jovem Pan desde 1977, Wanderley Nogueira é um dos nomes mais conhecidos do rádio brasileiro. É também colunista do portal Jovem Pan e comentarista do programa "Mesa Redonda", que vai ao ar todos os domingos a noite pela TV Gazeta.
Aos 64 anos de idade e com mais de 40 anos de carreira, continua apaixonado pelo que faz e confessa que "um dos segredos para manter o pique é não ter rotina, buscando sempre momentos profissionais emocionantes a cada jogo e a cada dia". 
Wanderley trabalhou em 10 Copas do Mundo, já transmitiu mais de três mil partidas de futebol, fez milhares de entrevistas e por 12 anos escreveu diariamente a última página do jornal "A Gazeta Esportiva", além de já ter colaborado com outros jornais, entre eles "Diário de São Paulo", "Folha da Tarde" e "Diário Popular".
Paulistano nascido na Penha, inteligente e sempre bem-humorado, o radialista usa seu talento e sua imaginação para dar um "tempero especial" às transmissões, o que faz com maestria incomum.
Na entrevista abaixo, ele revela que "seu jogo inesquecível foi a conquista do tetra em 1994", diz que "é a favor de torcida única nos estádios em dias de clássico" e reconhece que "será preciso uma longa caminhada" para resgatar o respeito internacional pela seleção brasileira, depois do fatídico 7 x 1 na última Copa do Mundo.

(foto: Zé Paulo Cardeal)

- Como surgiu seu interesse e quando você começou a trabalhar com futebol?
Sempre tive interesse no jornalismo. Desde garoto. Gostava de ouvir noticiários, especialmente pelo rádio. Era o grande instrumento de comunicação no período da minha infância.


- Você é um dos rostos mais conhecidos do rádio esportivo brasileiro. Qual o segredo da longevidade na carreira?
Acho que é o trabalho, sou apaixonado pelo trabalho e pela informação.

- Tem ideia de quantos jogos de futebol você já transmitiu? Cite um momento marcante e um momento para ser esquecido em seus mais de 40 anos de jornalismo esportivo.
Acho que acompanhei trabalhando mais de 3 mil jogos.
Muitos momentos marcaram minha vida... Posso citar nesse momento a Copa de 2002 no Japão/Coréia. Para esquecer? Nada. Quero lembrar tudo...

Qual é o seu jogo inesquecível como torcedor?
Brasil ganhando em 1994. O futebol nem agradou, mas ganhar um Mundial , vendo de perto e trabalhando é espetacular.

- Por que ainda hoje, mesmo com a forte presença da internet e da ampla oferta de canais de TV, o rádio mantém seu charme e a conexão com o torcedor?
A emoção é inigualável pelo rádio. Além da carga ampla de informação.

- Como resgatar o respeito internacional pela seleção brasileira após o fatídico 7 x 1?
Vai ser uma missão bem difícil. E não será de uma hora para outra. É preciso melhorar muito a gestão e o surgimento de muitos bons jogadores, além de treinadores bem preparados. Portanto, será uma boa caminhada...

- Diego Maradona declarou certa vez que “no Brasil, Ayrton Senna é mais querido que Pelé”. Você concorda com tal afirmação?
Maradona sempre estilingou o Pelé. Virou tipo. O Ayrton é querido , o Pelé é querido. O Pelé merece todo o respeito e admiração. E deve ser aplaudido muito em vida.


- Mata-mata ou pontos corridos?
Eu gosto de mata-mata. Dizem que não é justo. No esporte, prefiro a emoção do que a justiça...


- Qual é o maior clássico do futebol brasileiro?
Vale o momento. Existem clássicos que valem mais do que os outros. Depende da classificação, daquilo que está em disputa, alguma declaração provocativa...


- Em quem você teria votado para receber a Bola de Ouro em 2015: Cristiano Ronaldo, Neymar ou Messi?
Messi.


- A Primeira Liga, com a presença de clubes paulistas e nordestinos, é a alternativa ideal para ocupar o lugar dos torneios estaduais?
Eu gosto do Campeonato Paulista. Acho que funciona, mas deveria ter 12 clubes.


- Como um dos principais profissionais de mídia esportiva no Brasil, você tem algum novo projeto para o futuro?
Tenho muitos. Depois eu conto...


- Uma figura pública e formadora de opinião deve expor seu pensamento nas redes sociais sobre assuntos considerados polêmicos ou é melhor se preservar junto ao público?
Eu uso muito as redes sociais. E expresso as minhas opiniões sobre vários temas. É bom que as pessoas saibam o que você pensa...


- Haveria Copa do Mundo e Olimpíada em Nogueirópolis?
Não. Nogueirópolis tentaria ter ótimas equipes para participar de uma Copa do Mundo ou de Jogos Olímpicos em outros países.

- Tite acertou em recusar o convite para ser técnico da seleção brasileira? Com a negativa, as portas da CBF podem se fechar para ele?
Acho que acertou. E um dia ele será treinador da seleção.


- Pep Guardiola e Jorge Sampaoli. Qual dos dois você escolheria hoje para treinar a seleção brasileira?
Um dos dois seria ótimo e diferente.

- Você é a favor dos contratos por produtividade para técnicos e jogadores?
Sim, sou favorável.


- É verdade que o narrador de TV Milton Leite “roubou” de você o jargão “Que Beleeeeeza”?
Não roubou nada. Ele usa e muito bem. É meu amigo, competente, um cara especial. Eu brinco com ele dizendo que ele usa muito melhor do que eu.


- Você é a favor de torcida única em dias de clássico. De que forma essa medida pode resolver ou pelo menos amenizar o problema da violência dentro e fora dos estádios?
Nem vou esticar a resposta... De cara levará mais crianças, mulheres , idosos e famílias aos estádios em dias de clássico.


- O Brasil ainda é o “país do futuro”?
Futuro distante, sim.


(foto: divulgação)

site oficial: wanderleynogueira.com.br




Adriano Oliveira tem este Blog desde 2009, mas a paixão pelo futebol nasceu bem antes disso. É um apaixonado que vibra pelas 11 posições, mas sempre assume uma, pois jamais fica em cima do muro. Aos 43 anos, o futebol ainda o faz sentir a mesma coisa que ele sentia aos 10.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito muito bom, parabéns Almanak FC pela entrevista.Parabéns Wanderley Nogueira pela carreira! Na torcida por mais como essas!

Alessandro disse...

Valeu! Obrigado pelo incentivo.