segunda-feira, 28 de julho de 2014

O SEU TIME EM 1/3 DO CAMPEONATO BRASILEIRO

O Cruzeiro não está acima das demais equipes somente na pontuação do Campeonato Brasileiro. O futebol praticado está muito à frente de todos. O time do técnico Marcelo Oliveira joga para frente, faz muitos gols, toca muito bem a bola, possui padrão de jogo e atua da mesma forma há pelo menos três temporadas. A base é praticamente a mesma e no elenco não há vaidades individuais. O craque do time chama-se Ricardo Goulart, meia talentoso que sabe armar jogadas, longe de ser uma estrela da mídia e que, até pouco tempo atrás, ainda era reserva do veterano Julio Baptista. Organizado taticamente e bem montado no aspecto coletivo, é o único time brasileiro que mais se aproxima do que se viu na última Copa do Mundo. Não há funções determinadas para cada jogador em campo, todos são volantes, meias e centroavantes. O forte do Cruzeiro é justamente isso. O conjunto, a mais nova fórmula vencedora do futebol mundial.
Se ainda vale o velho bordão "aqui é trabalho, meu filho!" é bom o técnico Muricy Ramalho começar a "trabalhar mais". Se antes da parada da Copa o time do São Paulo não jogava bem mas pelo menos pontuava, agora a equipe deixa a desejar até mesmo em partidas consideradas fáceis dentro de casa, com casa cheia e tudo. Mesmo com a chegada de reforços como Alan Kardec e Kaká, o time não empolga. Muricy cobra publicamente maior dedicação de Alexandre Pato, mas prefere suavizar para o limitado Ademílson, titular absoluto do treinador. Ganso continua sendo a maior decepção do futebol brasileiro dos últimos anos, um mero tocador de bola para o lado, longe de ser o exímio armador do primeiro semestre de 2010. Luis Fabiano já não é mais o mesmo de antes e Osvaldo, esse sim, continua sendo o mesmo de sempre. Daqui a duas ou três rodadas, Muricy vai voltar a pedir por "reforços".
O Corinthians sente pela primeira vez a alegria de ser de fato "mandante" e se impõe como favorito no Itaquerão. Vence em casa e empata fora, tudo o que se quer de um time num torneio por pontos corridos, onde as equipes são bastante niveladas. Tem um centroavante goleador auxiliado por dois atacantes jovens e rápidos, Petros e Romero. E uma defesa segura. O retranqueiro Mano Menezes tem um time competitivo em mãos, basta não se preocupar demais em evitar sofrer gols ao invés de querer fazê-los.
O Fluminense é o tal do time "metido a besta". De rebaixado em 2013 passou agora a brigar por vaga na Copa Libertadores de 2015. As chegadas de Conca e Cícero deram muito mais qualidade ao ataque da equipe do bom técnico Cristóvão Borges, que também joga para frente e sabe fazer gols. Normalmente belos gols em jogadas bem trabalhadas.
Sem o apelo de mídia de Ronaldinho Gaúcho, o Atlético-MG volta a ser um time comum, sem animação, sem emoção, mas com o prestígio recuperado, com casa cheia em todas as partidas. A bola fica agora para o velho camarada Diego Tardelli e Jô, a esperança de gols. Por outro lado, o título da Recopa serviu ao menos para os mineiros "exorcisarem o Mineirazzo", o 7 x 1 sofrido para a tetracampeã Alemanha no estádio do Mineirão.
O Santos será novamente um coadjuvante, o que já aconteceu em 2013. A safra atual de novos meninos da Vila pode render daqui a algum tempo, mas neste ano o time deve permanecer na faixa intermediária da tabela, alternando boas e más apresentações, vencendo em casa e perdendo fora. A contratação de Leandro Damião por R$ 42 milhões foi a cereja do bolo de uma diretoria inoperante que vai deixar para o próximo presidente a pior herança política e financeira do clube nas últimas décadas. Fica a esperança para os santistas de que, na Vila Belmiro, o raio sempre volta a cair no mesmo lugar.
Quando se fala em Flamengo, me lembro do passado. De um time quase mágico formado por Zico, Junior, Adílio e companhia. Da mesma forma que, quando se fala em Vanderlei Luxemburgo, também me lembro do passado. De um treinador inteligente e motivador, conhecedor de futebol, o cara que falava a língua dos boleiros, que formou grandes equipes e ganhou títulos importantes. Que seja assim para os flamenguistas a mais nova "velha" relação entre Flamengo e Luxemburgo. Que o futuro repita o passado, antes que seja tarde demais.
O Palmeiras não consegue jogar de igual para igual com os times da Primeira Divisão. Depois da parada da Copa, o time tomou 6 gols em três derrotas seguidas. Porém, venceu o Avaí por 2 x 0, fora de casa, pela Copa do Brasil. Está explicado? O Palmeiras não joga, não ousa, não reage, não se reinventa, não se reanima. O time do técnico Gareca corre sério risco de tentar o terceiro título da Segunda Divisão em 2015.
E assim se desenrola um terço do Campeonato Brasileiro, onde o Coritiba de Zé Love vence o Grêmio por 3 x 2 em Porto Alegre e a Chapecoense vence o São Paulo por 1 x o no Morumbi.
O campeonato até aqui dos "pontos perdidos". Menos para o Cruzeiro, que deve ser campeão dessa vez com seis ou sete rodadas de antecedência.

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