sábado, 19 de julho de 2014

POR QUE GILMAR? E PARA QUE SERVE A CBF?


Ao dispensar a comissão técnica “fracassada” na Copa de 2014, a Confederação Brasileira de Futebol resolveu chamar o ex-goleiro Gilmar Rinaldi para o cargo de coordenador-técnico.
Gilmar foi goleiro-reserva da seleção tetracampeã nos Estados Unidos em 1994 e, depois de se aposentar, se tornou um renomado empresário de atletas.
Mesmo que não esteja mais atuando no ramo, como diz, o ex-goleiro continua conhecendo muita gente do meio e sua imagem dificilmente deixará de ser associada a esse mercado. Neste caso, por que Gilmar?
Poderia ser Leonardo, Edu Gaspar, José Carlos Brunoro, Zico, José Roberto Guimarães, Paulo Roberto Falcão... Mas a CBF optou por Gilmar. Qual foi o critério, digamos, técnico? O que Gilmar possui de tão especial em seu currículo que o credencia à função de coordenar o que seria a renovação do futebol brasileiro?
E para que serve de fato a CBF? Nunca entendi bem essa história de que a CBF é uma espécie de entidade privada e que por isso não pode haver ingerência por parte do poder público.
A imagem sempre carrancuda de seu atual presidente (e de seus antecessores também), nos remete ao coronelismo do passado.
O retrógrado José Maria Marin, ex-governador de São Paulo durante o regime militar, diga-se de passagem, é herdeiro do trono de Ricardo Teixeira, que foi obrigado a renunciar em 2012 por fortes suspeitas de corrupção. Neste mesmo ano, Marin recebeu da entidade que representa e que "administra" o futebol nacional a bagatela de R$ 4 milhões, referentes à salários e bônus.
A Federação de Futebol da Alemanha, por exemplo, é vista hoje pelos alemães como uma das instituições de maior credibilidade do país. E a CBF no Brasil? É para dar risada.
As funções da CBF hoje se resumem a fechar patrocínios milionários, divulgar a lista de convocados, cuidar da logística em cada viagem da seleção e, por fim, agradar suas respectivas federações estaduais, dentro de um modelo de gestão que confere a Estados onde nem há futebol profissional (como Acre e Tocantins, por exemplo) o mesmo peso de votação que São Paulo e Rio de Janeiro.
Para se enxergar o "novo" é preciso, antes de mais nada, ter "olhos novos".

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