terça-feira, 29 de julho de 2014

PARA TREINADOR BRASILEIRO, "A COPA NÃO TEVE NADA DE MODERNO"

A Copa do Mundo não deixou nenhum legado para o futebol. Não foi visto nada de novo ou inovador, técnica ou taticamente. No máximo uma ou outra seleção atuando de maneira mais “interessante”, enquanto outras dependiam basicamente de seus talentos individuais. Tudo o que Joachim Low, Van Gaal ou Jorge Luis Pinto apresentaram com suas respectivas seleções já é praticado pelos nossos treinadores há tempos. O 3-5-2 é até considerado retrógrado e o fator coletivo é predominante nos times brasileiros.
Essa é a constatação pós-Copa de Vanderlei Luxemburgo, técnico recém-contratado (mais uma vez) pelo Flamengo, e de Dunga, o novo (de novo) técnico da seleção brasileira. Ambos pensadores do futebol com enorme carga de responsabilidade sobre as costas. O 
primeiro volta a comandar o time de maior torcida do país (ou do mundo, como dizem os flamenguistas). E o outro dirige nada menos que a seleção pentacampeã do planeta, única capaz de calçar chuteiras numa pátria que pára durante uma Copa do Mundo para ver os jogos.
Acompanhando as três últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, realizadas logo depois do fim da Copa, é possível compreender o que nossos conceituados e atualizados comandantes entendem por já estarmos praticando um futebol tão moderno quanto o europeu.
Por exemplo: O bom e velho recurso do chutão pra frente não pode ser entendido como “lançamento em profundidade”? Por que o chuveirinho na área o tempo todo não pode ser classificado como “jogadas de linha de fundo”? O trabalho exercido pelos defensores brucutus, orientados para sempre parar de forma instantânea qualquer ação do ataque adversário, nada mais é do que a necessária “falta técnica de contenção”, correto? O empurra-empurra na área antes de uma cobrança de bola parada não é a tal da “marcação em zona”? O disputado rachão não é "treinamento tático coletivo"? E o tiro-de-meta cobrado pelo goleiro que faz a bola chegar quase na área adversária não é "jogada de bola aérea”?
Onde está a criatividade de quem assiste futebol neste país? O futebol contemporâneo está aí para qualquer um comparar. Só não vê quem não quer, não é Luxa?


" - Na Copa, eu trabalhei e analisei o que tem de moderno. Nada. Nós elogiamos a Holanda, a Costa Rica, e nós abominamos o 3-5-2. Para mim, é retrógrado. Não vi nada de novo. O que necessitamos é a mudança estrutural do futebol brasileiro."
(Vanderlei Luxemburgo, sobre a Copa do Mundo do Brasil de 2014).

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