domingo, 5 de julho de 2015

DO CHILE DE SAMPAOLI PARA O MUNDO


"O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais importante que isso."
(Bill Shankly, ex-jogador escocês e um dos maiores treinadores da história do futebol inglês)

O Chile (ou República do Chile) é um país localizado na América do Sul, encrustado entre a cordilheira dos Andes e o oceano Pacífico. Faz divisa com o Peru, a Bolívia e a Argentina. É um dos únicos países sul-americanos que não faz fronteira com o Brasil. O clima varia do seco deserto do Atacama ao norte à neve das geleiras ao sul. O país possui também florestas, montanhas e vulcões. Sua economia é uma das mais prósperas do continente, sua política é estável e seus índices de pobreza são baixos. Apesar disso, o atual governo da presidente Michelle Bachelet possui somente 31% de aprovação. A moeda local é o peso, a religião predominante é a católica, o código telefônico é o 56 e as cores da bandeira são o vermelho, o azul e o branco. O idioma oficial é o espanhol, a capital é Santiago e a população é de pouco mais de 17 milhões de habitantes.
Você sabia de tudo isso? Pois é. O Chile é um país com quase nenhum destaque internacional, um país que não tem relevância nos principais noticiários do planeta. A não ser por um motivo especial: o futebol.
Sim, o Chile é uma seleção de futebol que leva o nome de seu país ao resto do mundo com a bola nos pés. Não é um país que tem uma seleção, mas é uma seleção que tem um país. Um país que ficou famoso quando sediou uma Copa do Mundo em 1962 e ficou em terceiro lugar. Agora, após a conquista da Copa América diante dos "temidos" argentinos, a histórica geração atual com Vidal, Claudio Bravo, Medel, Isla, Marcelo Díaz, Aranguiz, Eduardo Vargas, Valdívia e Alexis Sánchez levou o Chile novamente aos olhos do mundo, com méritos, pompa e circunstância. Afinal, foram campeões continentais sobre a favorita Argentina de Lionel Messi, que enfrenta um jejum de 22 anos sem títulos. Aliás, parece que somente "la mano de Díos" de Diego Maradona foi capaz de dar alegria aos argentinos nos últimos 30 anos. Com mais uma derrota em jogos importantes, cada vez mais o trono de Dieguito parece intocável, já que "la pulga" Messi brilha somente em outra seleção, mais estelar, mais sua, a da Catalunha.
O Chile que novamente é destaque no mundo não é o da presidente Michelle Bachelet, mas o de Jorge Sampaoli, que hoje colhe os frutos do trabalho que vem realizando há pouco mais de dois anos. O treinador soube tirar proveito de uma geração talentosa, eliminou o espaço para as vaidades, criou um padrão de jogo baseado no potencial de cada jogador e formou um conjunto forte capaz de fazer frente à qualquer outra seleção do planeta, como Alemanha, Espanha e Inglaterra, por exemplo. Um time que brilhou no chamado "grupo da morte" na última Copa do Mundo há um ano e que, pelo capricho de uma bola que nos acréscimos explodiu no travessão, por muito pouco não eliminou os anfitriões brasileiros do torneio.
Nesta Copa América disputada diante de seus torcedores quase súditos, o Chile mereceu levantar o inédito troféu porque em nenhum momento a seleção de Sampaoli teve medo de perder. Sobrou a vontade coletiva de ganhar misturada ao talento e à confiança de craques como Sánchez, por exemplo, que humilhou o time de Higuaín, Agüero, Di Maria e companhia ao bater o último pênalti com uma cavadinha impecável que deixou Messi boquiaberto.
O grito de campeão finalmente saiu da garganta dos chilenos e hoje ecoa pelo mundo. O grito de uma nação que se orgulha de sua seleção. Que se une em torno de "La Roja".
Uma nação desde sempre e eternamente grata ao futebol que a irradia e a consagra.


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