domingo, 26 de julho de 2015

DO CÉU AO INFERNO – ISSO É LIBERTADORES, AMIGO!


*por Priscila Ruiz

Em semana quente de Libertadores, vamos ao que interessa que é bola rolando. Tive a oportunidade de assistir aos dois confrontos e... foram legais demais.
Não sabia muito bem o que esperar de Guaraní e River Plate. E assim que a partida começou, olhei bem para, de fato, confirmar se o jogo se passava mesmo no Defensores del Chaco, tamanha a liberdade demonstrada pelo River que se comportou como anfitrião, mesmo porque também contava com 10 mil argentinos que lotaram os espaços destinados à torcida do time.
Na primeira etapa, os argentinos optaram pela posse de bola no ataque e embora muito inspirados, florearam demais para o meu gosto, sempre com um toque a mais na bola. A defesa paraguaia teve poucas chances para respirar diante de tanta pressão.

Entretanto, o Guaraní tinha uma necessidade enorme de sair para o jogo e apesar de não serem tão criativos em seu meio campo, eles tentavam encontrar espaços para dar velocidade à transição e chegar bem ao ataque em busca de uma chance.
E foi o que aconteceu no início do segundo tempo, quando abriram o placar com Fernández, logo após uma bola na trave. Só não anotaram o segundo também de Fernández, porque a bola foi tirada em cima da linha.
O técnico do River, Marcelo Gallardo, além de consertar a marcação, o que de certa forma conseguiu, tinha também que apostar no contra-ataque. Viudez entrou muito bem no lugar de Lucho González. E num belo passe para o jovem atacante Alario encobrir o goleiro, a classificação do River foi decretada.
Os Millonarios foram do inferno ao céu nessa Libertadores. Depois de quase protagonizarem um enorme vexame na fase de grupos, avançaram milagrosamente demonstrando uma superação tática incrível. E agora que venha a final. Fica a certeza que a festa em casa não será menor que o nome de seu estádio. Monumental.

Na outra semana, eu comentei em meu post que a partida de volta entre Inter e Tigres estava aberta, porque ficou claro que o Colorado desperdiçou a sua classificação no Beira Rio.
Em Monterrey, na minha opinião, Aguirre quis inventar alterando a posição dos meias, o que acabou deixando Nilmar solitário. O time errou demais, principalmente passes. Sem contar o gol contra bizarro de Geferson que esfriou, de vez, o time brasileiro.
A verdade é que o Tigres colocou o Inter na roda no Estádio Universitário de Nuevo León. E o placar terminou em 3, mas poderia ser mais. De toda a sorte, pelo nada que jogaram, os brasileiros ainda tiveram um pênalti defendido por Alisson que deu indícios que poderia haver uma reação. Mesmo diante do golzinho anotado aos 43 minutos da etapa final, já não havia mais tempo. Afinal, Nossa Senhora dos Milagres do Futebol já havia trabalhado demais na campanha do River Plate.
Mesmo já garantido no Mundial de Clubes, o River chega com tudo, mas não acredito em favoritismo. Quanto ao Tigres, mostrou muita força e se empenhou na formação da equipe durante a Copa América trazendo dentre outros, Gignac, Aquino e Damm que superaram as expectativas. De qualquer forma, a finalíssima promete muito. Afinal, isso é Libertadores, amigo!





E por falar em Libertadores, neste mês, "sampaulinos" apaixonados completam dez anos do Tri dessa competição que tanto amam. Não tem como esquecer a noite de 14/7/2005.
O São Paulo foi arrasador e nem tomou conhecimento do Atlético Paranaense. O gol foi questão de tempo e sobrou ao predestinado Amoroso só empurrar a bola ao fundo da rede para abrir a contagem. Perdemos um pênalti com Fabrício, mas Fabão, Luizão e Diego Tardelli levaram o Tricolor à goleada e à consagração em seu terceiro título conquistando a América.
Saudades de times com alma aguerrida que passam longe da passividade. Saudades de jogadores que derramam lágrimas na comemoração de um gol e não com medo de pênaltis. Saudades de dirigentes figurões em que as suas identidades se confundiam com a do clube para o bem e não para o mal. Saudades de notícias boas em relação ao futuro. Saudades do futebol além do óbvio, recheado de atitudes simples que encantam.
Saudades...

Um beijão e até a próxima!



* Priscila Ruiz é advogada, especializada em Segurança e Direitos Humanos. E para ela "la vida es aquello que sucede cuando no hay fútbol". Ou seja, sim, ela é loucamente apaixonada pelo esporte bretão. Contribui com o AL MANAK FC através de sua opinião inteligente e analítica.

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