quinta-feira, 9 de julho de 2015

O SANTOS TERÁ DE SE VIRAR, COMO SEMPRE


O Santos vai jogar às terças e sextas no próximo Campeonato Brasileiro?
Não ainda. Mas poderá. Afinal, seis derrotas, quatro empates e apenas duas vitórias magras em 12 rodadas são números nada animadores nem para o mais otimista dos santistas.
Normal? Sim, o Santos sempre foi assim. Muito mal comandado fora de campo, porém o "time da virada" dentro dele. Conquistando títulos, revelando talentos, o time mais artilheiro da história do futebol até aqui com 12.158 gols. Imagine o Santos dentro de campo com a estrutura do São Paulo, a torcida do Corinthians e o estádio do Palmeiras?
Contudo, como resultado de suas recentes administrações (ou falta delas), o clube chega agora em uma situação inédita em quase um terço do campeonato: a luta para não cair.
Uma situação anunciada há tempos, ainda que de forma silenciosa, com a dupla Laor e Odílio no comando e que segue atualmente com Modesto Roma Jr, talvez "modesto" até demais. Esse é o Santos que trocou de presidentes há pouco mais de um semestre. Sem dinheiro, montou um time para se reconstruir como já fez tantas vezes. Novamente apostou na base. E insistiu em manter um auxiliar no posto de treinador. Depois de tudo isso, mais as contratações equivocadas, a falta de patrocínio e o pior, a falta de uma visão de futuro e de planejamento que vem se desenhando há pelo menos duas temporadas, o clube começa agora a se afogar. Mas e daí? Os dirigentes acreditam de olhos fechados no "time da virada" dentro de campo. E de olhos fechados demais, literalmente.
Até há pouco tempo, o Santos era o time de, no mínimo, disputar vaga no G4 pela Copa Libertadores. Passou a ser o time da primeira página da tabela. Depois, o time figurante do meio de tabela. E agora, por fim, o time que joga para sair da zona da degola. Os dirigentes, enfim, conseguiram o mais difícil ao cometer todos os erros possíveis nos últimos dois ou três anos. Transformaram um clube vencedor em coadjuvante e candidato ao rebaixamento.
Neste Campeonato Brasileiro, o santista que ficou tão aborrecido nas primeiras rodadas com os empates diante de Sport e Ponte Preta na Vila, já compreende que isso não foi nada perto da humilhante goleada por 4 x 1 sofrida para o Goiás. Ou pelo 3 x 1 sofrido diante do Grêmio na partida anterior. Dentro ou fora de casa, o time do Santos é inoperante, desorganizado e sem comando, exatamente como é nos bastidores. O manjado discurso do "apagão" no 2º tempo contra o fraco Goiás, quando o time do auxiliar Marcelo Fernandes levou 4 gols em menos de 20 minutos, não funciona mais para ocultar uma realidade sombria que começou lá atrás, ainda que a passos lentos, quando se acreditou na ilusão atrevida de que era possível competir no Campeonato Brasileiro com um time equivalente à maioria dos demais, mas comandado por um auxiliar inexperiente que não faz treinos táticos, por exemplo. O melhor exemplo é o do Palmeiras, que se reinventou a tempo com a chegada de um treinador de verdade e competente. E que a diretoria do Santos, omissa, deixou passar.
O Santos é o atual campeão paulista. E não, esse título não foi enganação. É pouco perto de outros campeonatos? Sim, pode ser. Mas se o Santos tem pouco, é bom lembrar que seus rivais não têm nada, nem isso, há mais de dois anos.
E se os dirigentes fizerem fora de campo o mínimo que se espera deles, dentro de campo o Santos pode novamente dar um jeito. Porque toda "queda" pode ser evitada quando ainda há tempo entre o tropeço e o chão.

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