quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O "OLHO NO OLHO" DO MATA-MATA

Mata-mata ou pontos corridos? Ter razão ou ser feliz?


O clássico entre Santos x Corinthians, disputado na Vila Belmiro pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, pode ajudar a tirar essa dúvida, por mais que se tenha a certeza de que o Campeonato Brasileiro é mais expressivo, claro, e sua fórmula de dois turnos por pontos corridos é mais justa.
Mas felizmente o futebol não é uma ciência exata, tampouco matemática, para ser traduzido somente em estatísticas ou números. E, sendo assim, nem sempre há "justiça" quando fatos e dados não são mandatórios.
De um lado, o Corinthians, que acaba de entrar na Copa do Brasil. Um time que busca se reafirmar na temporada após a precoce eliminação da Copa Libertadores. Um conjunto forte, cujo destaque é o jogo coletivo, bem organizado taticamente. Acima de tudo, um time regular. E por isso, figura carimbada no G4 do Campeonato Brasileiro. Do outro lado, o Santos, que fez todo o turismo da Copa do Brasil antes de o torneio começar de verdade. O time que, passada a ressaca do título de campeão paulista, está tendo que novamente se reinventar dentro de campo em busca da primeira página da tabela do Campeonato Brasileiro. Enquanto o Corinthians de Tite se planeja, o Santos de Dorival Júnior se vira. E essa é a principal diferença do mata-mata. A regularidade do Corinthians pode ser superada pela ousadia e a "irresponsabilidade" do Santos. Afinal, é uma batalha de apenas dois jogos, o chamado "olho no olho". Não são 38 rodadas.
Se o Corinthians é organizado taticamente, o Santos fez uma partida de encher os olhos, como se não houvesse mais nenhum outro jogo após o apito final do árbitro. E aí está o encanto do futebol. Se o Corinthians busca ser eficiente, o Santos procurou ser brilhante a cada jogada de Lucas Lima ou a cada drible em velocidade de Geuvânio. O Corinthians, mais uma vez, jogou para não perder, e seu primeiro chute ao gol aconteceu somente aos 7 minutos do 2º tempo. O Santos jogou para ganhar. E ganhou por 2 x 0, quando poderia ser mais, caso o time de Dorival tivesse menos da irreverência dos meninos e mais da aplicação coletiva do time de Tite.
Pior do que o placar e a vantagem adquirida pelo Santos para o segundo jogo no Itaquerão, foi a contusão do atacante Luciano, que só volta aos gramados em 2016. Algo que não estava nos planos de um time tão planejado por Tite dentro de campo. Um desfalque que pode comprometer até mesmo o rendimento da equipe no 2º turno do Campeonato Brasileiro, que agora fica a mercê do desempenho preocupante de Vágner Love até aqui. Porque o "Love" chegou ao Corinthians ainda na disputa do Campeonato Paulista, há seis meses. Mas o Vágner ainda não estreou.

É fácil ganhar do Vasco? O atual momento da temporada diz que sim. Porém, não é tão fácil "ter" que ganhar do Vasco. E era exatamente disso que o recém-empossado técnico Jorginho mais precisava diante do Flamengo, pela Copa do Brasil. A vitória era quase uma obrigação dos rubro-negros e o Vasco, cambaleante no Campeonato Brasileiro, era o franco-atirador que jogava por uma bola, um lance, um lampejo de inspiração entre Riascos e Jorge Henrique, ao melhor estilo "vamos entrar em campo e ver no que dá". E deu, 1 x 0 para o time de São Januário. O vascaíno não acreditava, mas lá no fundo sabia que era possível. O flamenguista acreditava, mas também sabia que, quando se tem a obrigação de ganhar, alguma coisa pode dar errado. E deu.

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