domingo, 9 de agosto de 2015

UM TANGO PASSADO A LIMPO - HISTÓRIAS DA FINALÍSSIMA DA LIBERTADORES!

*por Priscila Ruiz

Olá amores, tudo bem com vocês?



Paixão, por sua definição vem do latim - passio-onis, derivado de passus, particípio passado de patī que significa sofrer. Independente da sua derivação, é um termo aplicado a um sentimento intenso em relação às pessoas ou temas que não necessariamente envolve sofrimento. Ao menos, não deveria envolver.
Hoje vamos falar exatamente dessa emoção intensa, desejo profundo, entrega incondicional, sem pensares ou pesares. A conquista do River Plate na última quarta-feira decreta uma incrível história de paixão e superação que começou a ser passada a limpo, desde o acesso há 3 anos. Foram passos lentos com destino à conquista da América e consequente presença no Mundial.

O primeiro ato dos Millonarios se deu quando a equipe ganhou novamente o Campeonato Argentino. Aí vieram os triunfos na Copa Sul-Americana e na Recopa. Depois de seis anos, voltaram à Libertadores. Binário como um típico tango, o time apresentou duas faces - uma na fase de grupos e outra ao levantar a taça.
Foram cinco partidas sem vitórias. Sendo que na última, o empate em 2 a 2 com o Tigres, aconteceu nos últimos minutos de partida. Contudo, o mais incrível ainda estava por vir. O tal do Tigres, precisava vencer o Juan Aurich para que os argentinos passassem. Eis que por um golpe de mestre do destino, os reservas mexicanos brigaram por duas viradas na mesma partida e venceram os peruanos por 5 a 4. Sim, o Tigres deu a classificação milagrosa ao River. Ah, se eles soubessem...
As oitavas pintaram na área e o Superclássico contra o Boca, que estava voando baixo e tinha pose de campeão, ficou marcado pelo horror que aconteceu na Bombonera. O River foi melhor com a bola rolando, mas não foram golaços ou lindos lances que carimbaram o passaporte para as quartas e sim, o spray de pimenta que envergonhou até os mais desavergonhados torcedores xeneizes.
Confesso que quando soube que o caminho do River seria atravessado pelo Cruzeiro, pensei que findaria aí a sua participação no campeonato. Inocência! Para mim, a partida no Mineirão foi a melhor apresentação do time, até então. ​A vez do Guaraní chegou, mas este, para o bom entendedor, já tinha feito a sua parte nessa temporada...rsrs.
O segundo ato não poderia ser diferente contra o mesmo Tigres que o presenteou com a classificação, depois de uma calamitosa primeira fase. E evidentemente, como um lindo tango, no México, o time de Gallardo se trancou em sua defesa e no Monumental deu o bote certeiro para a merecida consagração.
O jogo começou mal, estava chato de assistir. O Tigres se defendeu como podia e perdeu uma chance incrível com Gignac no primeiro tempo. E como o futebol também é um mundo cheio de clichês, não fez? Tomou!
No único lance de perigo, aliás, e que lance incrível, Vangioni cruzou pela esquerda para Lucas Alario, o iluminado, decidir mais uma vez.
Na etapa complementar, o Tigres bem que tentou, mas a defesa argentina não permitiu grandes avanços. Melhor para os Millonarios que guardaram mais dois gols, o último deles, de Ramiro Funes Mori, um dos que mais sofreu com o spray de pimenta.... ah, mas essa história eu já contei...
E já que começamos falando de paixão, há de se ressaltar e reconhecer a química entre River e o ex-jogador e técnico Marcelo Gallardo. Enfim, na mais pura concepção da palavra, levantar a Libertadores depois de quase vinte anos, foi, sim, a verdadeira libertação para esse time corajoso e cheio de brio que novamente fez a América vibrar.
Missão cumprida. Que venha o terceiro e último ato no Mundial. E aí, meus caros, a conversa será completamente outra. Ou não, afinal, o futebol, pode até ser simples, ter seus clichês, mas de previsível não tem nada!

Um beijão e até a próxima!



* Priscila Ruiz é advogada, especializada em Segurança e Direitos Humanos. E para ela "la vida es aquello que sucede cuando no hay fútbol". Ou seja, sim, ela é loucamente apaixonada pelo esporte bretão. Contribui com o AL MANAK FC através de sua opinião inteligente e analítica.

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