sexta-feira, 1 de maio de 2015

O "FUNK DO ROBINHO" É FALTA DE RESPEITO OU SÓ FUTEBOL?

 

Vivemos hoje na era da chamada hipocrisia dos "bem resolvidos socialmente". Quem nega que a última instância da moral pública é a hipocrisia, está sendo ainda mais hipócrita. Afinal, bastam 10 minutos em alguma rede social para se constatar que todo mundo é bem resolvido, realizado e feliz. Quando, na verdade, a esmagadora maioria das pessoas é cheia de dúvidas, insegura e infeliz. Como dizia Nelson Rodrigues, "o desejo é triste".
E como demonstra o atacante Leandro Pereira, do Palmeiras, que não gostou do video vazado na internet que mostra Robinho cantando funk junto com mais dois jogadores santistas, Gabriel e Allison. Em quase dois minutos de filmagem, Robinho provoca, atiça a rivalidade, esquenta o clima para a decisão do Campeonato Paulista contra o Palmeiras, na Vila Belmiro. Leandro fala em "desrespeito". O palmeirense também criticou a postura dos jogadores santistas após o primeiro jogo das finais ainda no gramado do Allianz Parque, afirmando que os adversários "comemoraram uma derrota de 1 x 0 como se tivessem ganhado". Em tom sério, sentiu-se "ofendido" pela provocação feita na internet pelo ídolo santista Robinho.
Uma letra improvisada que diz "eu sou o rei da rima então e vou falar para você: vamos detonar o Palmeiras, é o Peixão que vai vencer" é realmente ofensiva à instituição Palmeiras e a seus jogadores?
Claro que não. É só o bom e velho futebol. O grande problema é que quando não se sabe o que responder diante de uma situação dessas, fala-se de ética e de moral. O que Robinho fez é o que faz um boleiro ídolo de verdade, mesmo a contragosto da patrulha do politicamente correto e dos bons costumes, ávida por despejar suas regras em qualquer oportunidade. Não se pode mais fazer ou falar quase nada nos dias de hoje. Tenho certeza que, se estreasse hoje na televisão, o seriado mexicano "Chaves" certamente seria censurado por bullying.
Saudade da época das declarações polêmicas, dos deboches, das piadas, da zoeira, das trocas de farpas entre jogadores e dirigentes, das frases de efeito, das provocações, das coreografias, das dancinhas, de caçoar do adversário, de se ter o direito de comemorar um gol, uma vitória, uma decisão e até um rebaixamento do time rival.
Futebol é isso, é pura rivalidade, é tiração de sarro, é gozação. É acima de tudo alegria, exaltar o que vem de dentro pra fora, emoção em vez de razão. Essa é a essência desse esporte. Se não puder mais ser assim, vira jogo de peteca e perde toda a graça.
Há tempos o futebol, como tanta coisa neste mundo, vem se tornando uma coisa chata. Sou contra todo e qualquer tipo de violência, é claro, mas tem coisas que extrapolam os limites do bom senso. Acreditar que o "Funk do Robinho" é ofensivo, por exemplo, é reconhecer a chatice extrema da atual geração. Nada mais chato do que o medo de não agradar. Robinho, Romário, Edmundo, Maradona, Marcos, Viola, Luis Fabiano, Vampeta, Valdívia, Ibrahimovic ou Emerson Sheik, entre alguns outros, nunca tiveram esse medo.
Por um futebol com mais alegria dos Robinho's e com menos seriedade dos "bem resolvidos".

Veja o video: "Funk do Robinho"https://youtu.be/IzCmRRM7Ee0

2 comentários:

Anônimo disse...

Opa, Adriano! Tudo bem? Cara, sou estudante e estou montando uma campanha comunitária como projeto e gostaria de saber se a foto deste seu post está protegida por direitos autorais para que eu possa utilizá-la. Muito obrigado!

Alessandro disse...

Caro, as imagens que ilustram as postagens são retiradas da internet. Em relação ao meu blog, não vejo nenhum problema em utilizá-la.
Um abraço.