domingo, 7 de junho de 2015

A VILA NÃO FAZ MILAGRES


Sim, a Vila Belmiro é um alçapão. O adversário se intimida e é difícil superar o Santos jogando lá dentro. Porém, não é a Vila dos Milagres. Acima de tudo, é preciso jogar futebol.
Em uma semana, o Santos jogou três vezes pelo Campeonato Brasileiro. Somou dois pontos, em dois empates por 2 x 2 dentro da Vila depois de estar por duas vezes a frente no placar em cada partida. Cedeu os empates.
Contra a Ponte Preta, o melhor time paulista e a grande sensação do campeonato até aqui, o Santos novamente começou bem e determinado, da mesma forma que havia feito contra o Sport uma semana antes, e poderia ter garantido a vitória no 1º tempo. O time de Lucas Lima trocou muitos passes, finalizou bem mais, teve muito mais posse de bola e não deixou o time de Renato Cajá jogar. Porém, fez somente um gol. Mais um belo gol de Geuvânio, é verdade. Mas foi pouco. E, de novo, as chances desperdiçadas foram determinantes para mais um tropeço no 2º tempo.
A Ponte Preta das "estrelas" Biro-Biro e Renato Cajá não joga um futebol deslumbrante e de encher os olhos. E ninguém sabe até quando vai estar nas primeiras posições da tabela, a frente dos considerados favoritos. O técnico Guto Ferreira também não se tornou um "Pep Guardiola" cheio de ideias táticas mirabolantes. A Ponte Preta é simplesmente um time que tem alma, que tem vontade e disposição o tempo inteiro para fazer o placar estar a seu favor, independentemente de estar jogando contra o Cruzeiro no Mineirão, contra o Vasco em São Januário ou contra o Santos na Vila.
Já o Santos tem mostrado exatamente o contrário quando joga em casa. Faz um primeiro tempo intenso, envolvente, sai na frente jogando nos 220V, normalmente com direito a golaço. Depois o time cai de produção, dá chances ao oponente, não consegue administrar um placar favorável, acaba se perdendo no decorrer do jogo contra um time mais organizado e nos minutos finais se torna um bando de jogadores de branco correndo atrás do adversário. Nos jogos fora de casa, parece que o time do auxiliar-técnico Marcelo Fernandes liga o "piloto automático" desde o início e apela para todos os santos jogando ao melhor estilo "vamos ver no que dá".
Não acredito que vitórias, derrotas ou empates, dentro ou fora de casa, são sempre culpa do treinador. Contudo, no caso do Santos e de seus tropeços recorrentes na Vila Belmiro, Marcelo Fernandes tem usado sempre as mesmas explicações, técnicas e táticas, para tentar explicar tudo. E tudo fica sem explicação. Diante das câmeras, sobram elogios a todos os jogadores. Mas se está tudo tão bem, por que o time não consegue render?
Em sua entrevista coletiva após outro resultado ruim que deixa o time muito próximo do rodapé da tabela, Fernandes disse em alto e bom som "que o Santos tinha que ganhar da Ponte Preta na Vila". Mas será que o aspirante a treinador não tem acompanhado o Campeonato Brasileiro e ainda não percebeu que a Ponte Preta tem jogado muito mais que o Santos? Ou será que ele só acompanha os famosos "rachões" nos treinamentos? Até quando?
O Santos precisa tomar uma providência urgente e contratar um treinador que mostre ao elenco, na prática, um novo caminho a ser seguido. Hoje o time está perdido e o caminho atual pode ter como destino o fundo do poço.

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