segunda-feira, 29 de junho de 2015

O BRASIL É HOJE O PARAGUAI COM GRIFE


"Seleção brasileira apanha de novo". "Novo vexame da seleção".
Essas foram algumas das diversas frases na imprensa e principalmente nas redes sociais logo após a eliminação da seleção brasileira nas quartas-de-final da Copa América, disputada no Chile.
Nada de vexame, nem vergonha. A seleção com Neymar é hoje equivalente à qualquer outra seleção da América do Sul. E sem Neymar equivale ao Peru. Simples assim. Nada mais normal hoje do que o Brasil perder por 1 x 0 para a Colômbia mesmo com Neymar em campo e ter enorme dificuldade para vencer a Venezuela sem Neymar, levando sufoco no final e com quatro zagueiros segurando o suado placar de 2 x 1.
Falta estrutura, falta bom senso, falta um projeto sustentável e o dinheiro que sobra nos cofres da CBF de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, sabe-se lá por quê, é o mesmo dinheiro que falta a todos os clubes do país, a cada temporada mais endividados, sejam da elite ou da terceira divisão. Mesmo os clubes mais abonados por renda, patrocínio e pelo dinheiro da televisão, como Corinthians e São Paulo, por exemplo, não conseguem mais manter suas contas e salários em dia.
Portanto, não há o que esperar de melhor do que está sendo visto no futebol brasileiro. A atual geração é abaixo da média, o Brasil não empolga mais, perdeu sua identidade e está perdendo sua alma. E há o sério risco de o país ficar fora de uma Copa do Mundo pela primeira vez, em 2018. Até a Bolívia possui hoje uma safra de jovens jogadores que podem colocar o país no mesmo patamar ou até mesmo mais promissor que o do Brasil na atualidade. Sem Neymar, a seleção brasileira é uma seleção do Paraguai com grife. E empatar por 1 x 1 no tempo normal e depois perder nos pênaltis para os paraguaios é algo natural e compreensível.
O vexame tão comentado por tanta gente existe pela tradição e pela grandeza da seleção brasileira na história do futebol mundial. Mas não há nenhum vexame quando vemos em campo Jefferson, Daniel Alves, Miranda, Thiago Silva, Filipe Luís, Fernandinho, Elias, Philippe Coutinho, Willian, Robinho, Ewerton Ribeiro, Diego Tardelli, Roberto Firmino... O time de Gilmar Rinaldi, Del Nero e Dunga, onde alguns jogadores precisam de crachás para serem identificados pelo torcedor brasileiro. Uma equipe absolutamente normal, abaixo de Uruguai, Argentina e Colômbia.
O Chile já se perdeu pelo caminho, a Rússia nunca esteve tão distante e o 7 x 1 ainda não acabou.

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