terça-feira, 30 de junho de 2015

QUANDO OS NÚMEROS NÃO MENTEM


Você não pode se apegar somente aos números”, disse um inquieto Rogério Ceni ainda dentro do gramado do Allianz Parque após o fim do clássico contra o Palmeiras, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Mas se não é para se apegar apenas à goleada do Palmeiras por 4 x 0, sobre o que então se deve falar? Que o São Paulo ficou correndo atrás do adversário durante o 2º tempo? Que o time do Palmeiras só não fez mais gols porque não se preocupou com isso? Que o vice-líder do campeonato levou quatro gols e se perdeu em campo diante do então 15º colocado?

Sobre qual rival o palmeirense tem mais motivos para sorrir em 2015? Corinthians ou São Paulo? No Campeonato Paulista, o Corinthians sofreu para o Palmeiras sua primeira eliminação dentro do Itaquerão e, além de amargar nova derrota no Brasileiro, ainda foi motivo de chacota com a visita indesejada em seu estádio de um drone torcedor do Guaraní, do Paraguai. Contra o São Paulo em 2015, o placar agregado de 7 x 0, embora nem o mais otimista dos palmeirenses imaginasse que, de novo, seria tão fácil. No Campeonato Paulista, o Palmeiras já havia batido o rival por 3 x 0 com direito a gol do meio-campo em Rogério Ceni. Agora, pelo Brasileiro, um “vira-dois-acaba-quatro” de literalmente tirar o sono do recém-chegado técnico Juan Carlos Osório.
Contudo, como Ceni disse para não se "apegar aos números do placar", a análise do jogo.
O São Paulo tentou e até acertou uma bola na trave, na única boa jogada de Alexandre Pato durante os 90 minutos, porém mais que Luis Fabiano, de novo ausente numa partida importante. Com três zagueiros e Souza isolado, Michel Bastos era a única esperança da chamada "bola do jogo", já que, mais uma vez, Paulo Henrique Ganso estava numa lentidão de causar inveja a Rubens Barrichello. A irritante paciência do time de Osório estava funcionando até levar o primeiro gol, aos 30 minutos do 1º tempo. Daí o Palmeiras passou a mandar no jogo, com velocidade do meio-campo para a frente, bola de pé em pé, no chão, o coletivo de um lado se impondo ao outro lado que se torna refém do individualismo. O terceiro gol foi um exemplo claro desse jeito coletivo de jogar, um contra-ataque rápido pela esquerda, troca de passes perfeita entre Arouca, Dudu e Egídio, bola rasteira cruzada na diagonal que atravessou a área até a chegada de Rafael Marques que bateu certeiro e colocado no contra-pé de Rogério, no canto esquerdo. O time de Marcelo Oliveira foi eficiente na marcação, muito bem nos desarmes (o terceiro gol saiu depois de uma bola roubada no meio) e sem forçar foi atropelando o esquema de Osório, principalmente depois que a goleada virou festa com os gritos de "olé" das arquibancadas.
Seja com Muricy Ramalho, Milton Cruz ou agora com Osório, parece que o São Paulo não muda o padrão e segue com seu velho conceito tático de jogar para não perder. Já o palmeirense saiu novamente rindo a toa, ora com os corintianos, ora com os são-paulinos.
Mas não se deve se apegar a eliminações, nem aos números.


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