segunda-feira, 7 de setembro de 2015

CHAMAR O RIVAL DE "MEU FREGUÊS" INCITA À VIOLÊNCIA?


" - Aqui se traça uma fronteira clara entre você ser ou não um espírito de churrasco na laje: nunca pense que seus filhos são lindos universalmente."
(Luiz Felipe Pondé, filósofo, escritor e ensaísta brasileiro).

A maioria dos adeptos do mundo "politicamente correto" pensa que não carrega nenhum "monstro" dentro de si. Afinal, no mundo moralista do "politicamente correto" não existe inveja, orgulho, medo ou raiva. Ninguém fala mal ou faz fofoca de ninguém. Mesmo nos tradicionais almoços de domingo com a família toda reunida ou quando se está falando banalidades sentados à mesa de uma festa de casamento de algum parente enquanto se aguarda pelos comes-e-bebes. Além de seus filhos, todas as outras crianças correndo de um lado para o outro na festa também são lindas, bem-comportadas e educadas, apesar da bagunça e do barulho.
Os que pertencem ao mundo "politicamente correto" são como anjos que não conseguem viver plenamente a ética moral que neles habita porque os outros, "pessoas do mal", não o permitem viver. Eles acreditam possuir um enorme valor moral que jamais será alcançado pelos "menos favorecidos" culturalmente. Se acham os donos da verdade, da boa fé e dos bons costumes e por isso levam bem a sério suas convicções sobre o mundo e a humanidade.
Dessa forma, criou-se a impressão de que é necessário afirmar que o outro é sempre "lindo e legal". Nada de desvalorizar ou incomodar a convivência amistosa que tem de imperar na sociedade, mesmo diante do enorme jogo de interesses que move o capitalismo moderno em que vivemos.
E no futebol não poderia ser diferente. Corintianos são "lindos" para os palmeirenses e palmeirenses são "maravilhosos" para os corintianos.
Um mosaico na torcida do Palmeiras com a frase "Meu Freguês" provocando a torcida do Corinthians? Nem pensar. É desrespeitoso, antipático, atrevido, uma tremenda falta de educação e de ética que agride a convivência entre torcedores e pode incitar à violência. Onde já se viu chamar o maior rival de "meu freguês"? Pesado demais, extremamente provocativo, desnecessário. Atiça a rivalidade, a gozação, a tiração de sarro, atributos que nunca tiveram e não têm nada a ver com o futebol, não é verdade? Em resumo, um "absurdo" tamanha provocação entre torcedores historicamente adversários.
O próximo passo do "politicamente correto" certamente será promover a extinção do grito de gol nas arquibancadas. Afinal, para quê gritar gol? E o outro torcedor? Ninguém está pensando em sua angústia, na tristeza do outro após levar um gol do rival? Coitadinho. E se o grito de gol no estádio incitá-lo à violência?
Sim, #SomosTodosBonzinhos.

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