quinta-feira, 10 de setembro de 2015

SAN-SÃO? NÃO, SAN-SAN


Juan Carlos Osório deve estar feliz com o que viu na Vila Belmiro, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. Adepto do futebol ofensivo, certamente demorou a dormir por causa da adrenalina. E não era por causa de seu time, que entrou em campo mais uma vez de cara fechada, indisposto, apenas para "bater cartão" dentro de campo e torcer pelo apito final do árbitro. O treinador colombiano viu um time de branco desfalcado de dois importantes jogadores (exatamente como o seu time também estava), porém pouco se importando com esquema tático, padrão de jogo, questão técnica ou coisas do gênero. Viu um time de branco com limitações, é verdade, mas que cria, que corre e que dribla, sempre jogando para frente. Exatamente ao estilo que Osório mais aprecia.
Mesmo sem Lucas Lima e Geuvânio, o time de Marquinhos Gabriel, Renato e Victor Ferraz não deu chances para Ganso, Pato e Rogério "Neymar", que assistiram ao clássico dentro de campo. Foi mais fácil do que o mais otimista dos santistas imaginava. O Santos fez 3 x 0 e teve absoluto domínio da partida. Ganhou como e quando quis de um São Paulo acuado e nervoso, que quando tinha a posse da bola não sabia o que fazer com ela.
Talvez o maior erro de Osório foi tentar intimidar o Santos dentro da Vila Belmiro, jogando adiantado e pressionando a saída de bola. Não funcionou. Com erros de passes e de marcação, os donos da casa envolveram rapidamente os são-paulinos com jogadas em velocidade sempre em função do gol. O Santos fez um, dois, três gols, deitou e rolou, ocupando os espaços até com certa facilidade. Osório percebeu que o estrago poderia ser maior no 2º tempo e resolveu congestionar o meio-de-campo com as entradas de Wesley e Michel Bastos nos lugares de Hudson e Wilder. Para não ser desleal, Dorival Júnior também mudou. Tirou Ricardo Oliveira, Longuine e Gabriel para as entradas de Serginho, Marquinhos e Nilson. Ou seja, nada mais poderia acontecer no clássico e o placar de 3 x 0 fechou a conta.
Em resumo, Osório viu o futebol virtual de Ganso e um sonolento Pato serem afogados por uma turma de garotos que jogam se divertindo, liderada por um veterano esforçado e bom de bola com vocação de artilheiro.
Certamente na volta para casa, o técnico do São Paulo reafirmou em sua cabeça que não se deve fazer o óbvio quando o diferente tem mais encanto. Afinal, antes de mais nada futebol é diversão. E dá para vencer sorrindo, com alegria, sem cara fechada de quem parece entrar em campo por simples obrigação.
Faltando 14 rodadas para o fim do campeonato, o torcedor santista deixa cada vez mais as incertezas de lado com uma única certeza: nunca foi tão fácil uma vitória sobre o São Paulo. E o Osório já sabia.

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