sexta-feira, 4 de março de 2016

O POSSÍVEL AGORA E O IMPOSSÍVEL DEPOIS

*por Priscila Ruiz

Olá amores, tudo bem com vocês?

Clarice Lispector e minha musa inspiradora, já dizia que o futebol tem uma beleza própria de movimentos que não precisa de comparações. Eu nem ouso discordar!
Afinal, os últimos dias foram movimentados, assunto é o que não falta e conforme prometi, dedicarei o início desse texto ao clássico madrilenho entre blancos e colchoneros, porque esta que vos fala, ama o futebol tanto ou mais, quanto os clubes do coração.



Zidane conheceu o sabor amargo da sua primeira derrota em casa justo no clássico contra o Atlético de Madrid. Mesmo com um time desenhado para buscar posse de bola e fortalecido com os últimos resultados, o Real Madrid sofreu mais uma vez contra os comandados de Simeone.
Confesso que adoro ver o Atlético jogar com o contragolpe letal por meio de pressão, sob a retaguarda de uma defesa muito bem postada. O Real tem mudado o seu estilo, fica mais com a bola e tem uma eficiência incrível no acerto de passes.
Contudo, os merengues pecaram na criação e não mostraram profundidade com Isco e James, que aliás, não anda se apresentando como deve. Ou seja, a posse de bola, concentrada entre zagueiros e volantes, obviamente parava na disciplina tática do Atleti que cozinhou o jogo. Outro ponto preponderante, em minha opinião, o Real ressentiu as ausências de Marcelo e Bale, pois, os substitutos não deram conta de acionar Cristiano Ronaldo como devia.
Cristiano tem uma média alta em suas apresentações, porém, nas mínimas chances que teve, não soube aproveitar para enterrar a mística de jogador não decisivo. Do lado colchonero, Griezmann, Gabi e Koke fizeram uma partida impecável. O Atlético não é um time tão rico, mas é um time consistente e é nisso que o Real tem que se focar.
Depois de falar uma porção de bobagens após o jogo do último sábado, CR7 se redimiu e contribuiu na vitória do Real contra o Levante por 3x1, nesta quarta-feira. Aparentemente, os sintomas de crise se afastam dos merengues.



Pelos lados da Inglaterra, o impressionante Leicester deixou escapar dois pontos contra o West Bromwich, assim como a enxurrada de gols perdidos também. O desfalque de Kanté, a alma do time, pesou demais.
É inegável o espírito de luta desse time, dá gosto em assistir um futebol com tanta entrega. E o melhor é que também é embalado ao som do rock da banda Kasabian, assim como o Manchester é pelo Oasis e o Liverpool pelos Beatles. Yeah!!!
A verdade é que os Foxes dependem apenas de si e na rodada desta quarta, os deuses do futebol conspiraram a favor. A missão é das mais difíceis em manter a pegada e conquistar os pontos necessários diante de adversários competitivos. De qualquer forma, ainda que o título não venha, esse clube fundado em 1884, em uma cidade distante há pouco mais de 100 km de Londres, sem dúvida, ficará na memória afetiva de quem curte as delícias da Premier League.

E o meu amor maior do mundo?
Tudo bem que o Mogi Mirim não assusta ninguém. Ainda assim, reconheço que Bauza tem trabalhado para fortalecer o ponto fraco do Tricolor e vá lá, tem conseguido. A defesa tem evoluído nas apresentações.
A questão é que do meio para a frente a performance da equipe continua morna, sem empolgar e insistindo em bolas altas.
Na terça, ao passo em que colocou a bola no chão e minimamente buscou trabalhar o coletivo, ousando, chegou ao resultado. Entrar em campo sem Ganso e Michel, por mais que criticamos um ou os dois, é nítido que se sofríamos com a falta de criatividade, com a ausência de Ganso, especialmente, o time ficou sem referência.
Apostar em Rogério pelo meio, com Centu na direita, Carlinhos na esquerda e Calleri avançado não funcionou muito bem e não funcionará diante das retrancas que enfrentamos. Ganso tem que fazer o seu papel e ontem fez. Chuta, Ganso! Centurión também teve uma boa atuação.
Obviamente, o desserviço da que se diz gestão se reflete em campo. O São Paulo não tem um plantel como merecia e deveria. Mas, essa é a realidade e está posta. Posso não concordar com algumas decisões de Bauza, mas confio em seu trabalho, assim como na busca da evolução, a qual não será para ontem.
Não estou iludida com uma vitória no campeonato regional, mas alcançando a regularidade, é possível retomar espaço, desde que acima de tudo, haja empenho coletivo. Para que vitórias sejam conquistadas, é preciso um time. Sim, um time!
Parafraseando Cícero Pompeu de Toledo, vamos fazer o possível agora e o impossível fica para depois.

Um beijão e até a próxima...



* Priscila Ruiz é advogada, especializada em Segurança e Direitos Humanos. E para ela "la vida es aquello que sucede cuando no hay fútbol". Ou seja, sim, ela é loucamente apaixonada pelo esporte bretão. Contribui com o AL MANAK FC através de sua opinião inteligente e analítica.

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