sexta-feira, 27 de abril de 2012

A SAÍDA SENSATA DE PEP GUARDIOLA

A derrota para o arquirival Real Madrid , por 2 x 1, dentro do Camp Nou, provavelmente doeu mais do que o adeus ao título do Campeonato Espanhol. Dá para se imaginar o sentimento de revolta de torcedores, jogadores, comissão técnica e dirigentes catalães ao verem os gestos do português Cristiano Ronaldo pedindo para o Camp Nou "se calar e abaixar a bola"?... Mas ainda tinha a semifinal da Copa dos Campeões, contra o patinho feio Chelsea-ING, que poderia levar a uma decisão do melhor da Europa justamente contra o Real Madrid, do desafeto técnico José Mourinho, para daí sim uma revanche de gala. Mas a forte retranca do time britânico mais uma vez ofuscou o brilhante time espanhol, veio o empate em 2 x 2 e a eliminação do torneio de clubes mais badalado e mais rico do planeta.
Ou seja, foram dois duros golpes ao melhor time de futebol do mundo em apenas uma semana. E diante de tudo isso, mais o desgaste natural de 4 anos no cargo, Pep Guardiola sucumbiu e deixou o Barcelona de tanta gente. Agora, o time que forma a base da seleção espanhola (atual campeã mundial), que tem a melhor estrutura e o melhor jogador do mundo, não tem mais o melhor treinador. Em seu lugar assume o atual auxiliar-técnico Tito Vilanova, o parceiro dos últimos quatro anos.
Pep conseguiu se tornar histórico no Barcelona. Em quatro anos comandou um time genial, exemplo dentro e fora dos campos, que conquistou 13 dos 17 títulos disputados. Somente em 2008, ano em que assumiu a equipe no lugar de Frank Rijkaard, o Barcelona foi campeão 6 vezes.
Por todos esses feitos, Pep Guardiola tinha um verdadeiro "cheque em branco" nas mãos para renovar com o clube, oferecido pelo presidente Sandro Rossell. Tinha o apoio irrestrito de todo os jogadores para continuar. Nunca foi "fritado" no cargo pela mídia. Era respeitado e admirado dentro do Camp Nou por tudo o que fez como jogador e, principalmente, como treinador do Barcelona. Mas mesmo com tudo a seu favor, preferiu deixar o time por cima, em seu auge, para ser lembrado no futuro apenas como um técnico vencedor, que comandou um dos times que deslumbrou o mundo do futebol. As eliminações em dois torneios importantes foram o sinal de alerta para Pep. E ele compreendeu isso e resolveu sair na hora que considerou mais correta para não arranhar seu passado.

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